NEGÓCIO FRUSTRADO
MEMÓRIAS IMEMORÁVEIS DA ÁGUA PURA - parte 7
A cada dia que passa
Mais eu sinto vergonha,
De trabalhar nessa desgraça,
Conviver com esses “pamonhas”,
E que ainda acharam graça
Do indivíduo preso na praça
Vendendo a sua maconha.
Entregador da Água Pura
Que foi preso à luz do dia,
Após cometer a loucura
De descer a escadaria,
Do morro lá do Chapéu,
Portando um “coquetel”
Que algum lucro lhe daria.
A PM fez que não viu,
Deu as costas, foi embora.
Porém a Polícia Civil
“Grampeou” na mesma hora.
E levou o nosso amigo
Pra um determinado abrigo
Onde está até agora.
O desespero é profundo
Para qualquer entregador,
Fazendo um serviço “imundo”
Por tão pequeno valor.
Como diz aquele ditado:
Nem sovaco de aleijado
Consegue ser tão sofredor.
E agora, o que fazer?
Nenhum erro se justifica,
Não vamos, agora, defender
Ou apoiar quem só critica.
Se há algum responsável,
Seria o patrão miserável
Com esse salário de “titica”.
Mas, vacilou aqui tem perdão,
Na Água Pura é sempre assim,
Lugar onde emprega ladrão
E que é descoberto no fim,
Mostrando para a sociedade
Que a verdadeira capacidade
Do empregador é comer capim.
Paulo Seixas, 14/agosto/2006