ÀS VEZES, POR MUITAS VEZES

Nosso amor é como o mar

Convidativo e envolvente

Às vezes, vem devagar,

Remando contra a corrente

Às vezes, por muitas vezes,

Deságua dentro da gente

Nosso amor é como o vento

Parado sobre a cidade

Às vezes brisa, serena,

Soprando no céu da tarde

Às vezes, por muitas vezes,

Inconstante tempestade

Nosso amor é como o fruto

Gostoso amadurecido

Às vezes, o tempo passa

É pelo outro esquecido

Às vezes, por muitas vezes,

Nunca é compreendido

Nosso amor é como a terra

Guardando o fruto escondido:

Às vezes se desespera,

Quer ver o fruto crescido

Às vezes. por muitas vezes,

Morre sem ter florescido

Nosso amor é como a flor

Que nasce com o espinho

Às vezes numa calçada

Na beira de um caminho

Às vezes, por muitas vezes,

Cresce com pouco carinho

Nosso amor é como a noite

Com vento e trovoadas

Às vezes, em negras trevas,

Ou em noites enluaradas

Às vezes, por muitas vezes,

De incertezas povoadas

Nosso amor é como a lua

Ora cheia ora minguante

Às vezes pálida e triste

Outras, clara e radiante

Às vezes, por muitas vezes,

Faz-se perder o navegante

Zé Bezerra o Águia de Prata
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 20/05/2007
Reeditado em 20/05/2007
Código do texto: T493860
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