ATUALIDADES E MODALIDADES
01
Já versei sobre a moral
Sobre grandes repentistas
Versei um caso real
Pilotos e motoristas
Onde todos são artistas
Cada um na sua classe
Até tristeza ou impasse
E muitos outros anseios
Agora verso os arreios
E o cabresto da face
02
Se minha voz se calasse
Após findar esse escrito
E nunca mais eu versasse
Com a caneta ou um grito
Ficava o meu manuscrito
Como uma gota em deserto
Num mural de corpo aberto
Com paginas de sugestões
Pra postar-se opiniões
Se fiz o errado ou certo
03
Pra indicar o correto
Frisando nessa alusão
Capricho pra ver se acerto
Dando minha opinião
Pra fazer a distinção
Entre a rédea e o cabresto
Tentando nesse contexto
Uma lição expressar
Mais antes quero mostrar
Porque uso esse pretexto
04
Dos antigos é o texto
Valoroso da cumbuca
Pondo os filhos no cabresto
Ligeirinho se educa
Só que eu acho caduca
Essa virtude em ação
Que nem sei a geração
Mãe da iniciativa
Que embora criativa
Perde a coloração
05
Nos termos de educação
Cabresto é pra animal
Quando na iniciação
Tem um efeito real
Convertendo ao bem o mal
Deixando o bicho mansinho
Cravado em seu focinho
Só isso é o correto
Pois agora me aperto
Mostrando outro caminho
06
Já arreios é curtinho
E tem muita diferença
Controla o bicho todinho
Cabresto tem forma extensa
Por isso faço a despensa
Nos modos educativos
Sem desprezo aos primitivos
Mais cabresto não me serve
Quando adrenalina ferve
São fortes os dispositivos
07
Não são modos criativos
Que aqui são colocados
Mas são todos permissivos
Muito bem observados
Como vejo os resultados
Assim mesmo descrevemos
E conforme observemos
Já faço a comparação
Onde rédeas ou bridão
São os mesmos como vemos
08
Como pai o que queremos
É ter um filho perfeito
O cabresto então usemos
Com corda de qualquer jeito
Só satisfaz o sujeito
Usando corda comprida
Deixando o pai na dormida
Leva toda confiança
É onde surge a mudança
De toda historia de vida
09
A ação fica invertida
Pra criatura da ponta
Deixando a corda esquecida
O cabresto se desponta
E a presa toma conta
Controlando os controlados
Que os braços ficam cansados
Com os sopapos distantes
Controlado e controlantes
Convergem seus resultados
10
Já vi em dias passados
Quando morei no sertão
Homens fortes arrastados
Com o cabresto na mão
Em qualquer ocasião
Onde fosse oferecido
Por um cabresto prendido
Cavalo, burro ou jumento,
Sempre surgia o momento
Do papel ser invertido
11
Tornando mais colorido
Soltando a língua vadia
Cavalo dá mais sentido
Faço minha pontaria
Pra frisar na montaria
Por cabresto dominado
Pode até ser que puxado
Ele venha obedecer
Mas nada de se render
Sem tá no tronco amarrado
12
Com o sujeito montado
Fica o focinho dormente
Se puxa pra todo lado
O cavalo nada sente
Derruba quem vem na frente
Não respeita seu senhor
Não leva seu condutor
Pra onde precisa ir
Porque só sabe seguir
Ao contrario a onde for
13
Assim se segue o pavor
Quando o cabresto é usado
Mais sofrer pra o condutor
O prumo desgovernado
A solução pra esse quadro
É se usar o bridão
Cabresto sai do plantão
As rédeas vão ser usadas
E as cordas são enroladas
Só no fim entra em ação
14
Pra se prender num mourão
Numa arvore ou estaca
Cabresto de prontidão
Só serve quando atraca
As rédeas quem se emplaca
Pra melhor se obedecer
E para melhor dizer
Dar o domínio total
Fazendo todo animal
Findando por aprender
15
Por isso passo a tecer
Na minha comparação
O meu pai me fez crescer
Na dita educação
Cabresto e rédea na mão
Era o ponto positivo
Sem nunca ser agressivo
Montado na mesma ideia
Plantado como plateia
Num aspecto construtivo
16
No meu modo descritivo
Quero chamar atenção
Vou ser bem objetivo
Incluindo no sermão
A onde peço atenção
A todos pais atuais
Soprados nos vendavais
Dos sofrimentos da vida
De onde brota a saída
De atitudes anormais
17
Se monte nos temporais
Das atitudes dos filhos
Ensine que os imorais
Escondem os seus gatilhos
Guiando sobre seus trilhos
Numa suave conversa
A onde a bondade avessa
Esteja você presente
Imagine ele inocente
Feito criança dispersa
18
A sua conduta imersa
Na frágil conduta dele
Antes que a criança inversa
Seja mais forte que ele
Pra ele não ser aquele
Que venha surpreender
Não deixe ele crescer
Na vida como deseja
O plano que ele planeja
Você deve conhecer
19
Quando o dia amanhecer
Faça o bom dia surgir
Nos olhos dele se ver
E ao coração dele unir
Escute e o faça ouvir
Aquela voz de hombridade
Cultivando a lealdade
Com um aperto de mão
Areando o coração
Pra o brilho ser de verdade
20
Abraçando sem maldade
Se una na oração
Impetre felicidade
Complementando a benção
Num gesto de gratidão
Seu dia fica marcado
O filho maravilhado
Vendo o pai reconhecer
O quando sente prazer
Por está sempre a seu lado
21
Faça ele ser tocado
Por você de sangue frio
Plante o amor bem plantado
Pra quando vir o estio
Aparecer o plantio
Da trajetória vivida
Onde os embates da vida
Tem a muitos sufocado
Tens o amor bem plantado
Sarando qualquer ferida
23
Evite a rédea comprida
Mantenha-a bem curtinha
Acompanhe qualquer ida
Zelando como uma vinha
Balance a campainha
Em atitude de alerta
E na estrada deserta
Seja a sua companhia
Na pacata ousadia
Acertando onde se acerta
24
Lá onde a vereda aperta
Não deixe ele sozinho
Com a linguagem correta
Corrija qualquer caminho
A começar por vizinho
Que desprenda a amizade
Mesmo como irmandade
Confie desconfiando
De vez enquanto alertando
Sustentando a lealdade
25
Na intima privacidade
Adentre sem ele ver
Explore sua vontade
Faça ele perceber
De novinho até crescer
Leve na lua da cela
Se debruce na janela
Da formosa paciência
Na hora da displicente
Seja a postura mais bela
26
Faça o mesmo da donzela
Dando a mesma ligação
Sem distinguir dele e dela
O mínimo de afeição
Dê amor na dimensão
De nunca se calcular
Se monte no seu andar
De menininha faceira
Pra nunca fazer besteira
Sem que possas observar
27
O comandante do lar
Tem o controle na mão
Facebook e celular
Fique atento de plantão
De vez enquanto um bridão
Deve ser a serventia
Onde a tecnologia
A muitos tem alcançado
Você deve está montado
Controlando como guia
28
Redigindo todo o dia
A expressão carinhosa
A esposa em sintonia
Com um aroma de rosa
Contemplando toda prosa
E contornando também
Dando razão a quem tem
Sem diminuir o mérito
Contemplando o pretérito
Mode todos viver bem
29
Na escola o vai e vem
Seja a rotina diária
Acompanhe como quem
Anda sempre solitária
O mestre e a secretaria
sugerindo a cada instante
Seguindo como volante
Apoiando cada ideia
Assistindo de plateia
Como amigo e concordante
30
No lendário elegante
Cada um dar o que tem
Mas para ser ofertante
Precisa mante refém
As qualidades do bem
Produzida em longa escala
Onde mesmo até sem fala
Por um gesto entendido
É esse o dever cumprido
Que a virtude não se abala
31
Quando seu filho se cala
Procure ver o motivo
O seu pesar lhe entala
Use arreios positivo
Recorra ao velho arquivo
Do principio ensinado
Faça ele ser tocado
Sem ser dono da razão
Mantenha a rédea na mão
Dominando o dominado
32
Se for ela, o namorado
O pai precisa saber!
Pra ele o mesmo brado
Você tem que conhecer
Avalie o proceder
Convívio e profissão
Esclareça a dimensão
Como é um casamento
Pra não viver em tormento
Findando em separação
33
A noite faça serão
Confie desconfiando
Va ver a navegação
O que ele está teclando
O bate papo rolando
Ajude ele rolar
Não custa acompanhar
Sem invadir seu direito
Usando o bruto respeito
Num gesto simples de amar
34
Ensinando a deletar
Se acaso for preciso
Se algum amigo mostrar
Um lado incircunciso
Comente o prejuízo
Onde ele possa sentir
Que não vai diminuir
O seu leque de amizade
Nas paginas da faculdade
O pai precisa instruir
35
Se um cego dirigir
O cego nada vai ver
Quando o carro colidir
Todo mundo vai sofrer
Não basta apenas saber
Que o cego foi o culpado
Nem tão pouco o resultado
Se pode voltar atrás
Segue o sofrer contumaz
Só por falta de cuidado
36
Ao doutor vai meu recado
Use rédeas que é melhó
Desça do carro importado
Prossiga de paletó
Acompanhe o seu menó
Se valorize e prossiga
Cultive a ideia antiga
Não faça do filho ninja
Nem no falso poder finja
Que a filhos não se castiga
37
A coceira da urtiga
É na pele exterior
O ego só se mastiga
Lá no dorso interior
Embora seja incolor
A reação aparece
Minha tese permanece
Pra que você nunca apele
Sentindo na meiga pele
O que o descaso oferece
38
O pastor também merece
Viver na mesma atenção
Trate o rebanho com prece
Permanente em oração
Mas não esqueça o bridão
Nos filhos que Deus te deu
Sem fugir do papel seu
Sem farsa e sem engano
Se pregas que Deus tem plano
Mostre aos filhos os planos teu!!
39
O fracasso do plebeu
É inventar de ser sem ser
Se seu papel inverteu
Fingindo não perceber
A pena vai receber
Em um penoso estado
Por dispensar o cuidado
Da meiga família amada
Cedendo a cilada armada
Só por não ter vigiado
40
Sendo o filho bem cuidado
Conforme eu escrevi
Postulando o confirmado
Eu não só adverti
Como também percorri
Na pratica o que expus
Posso fazer dela jus
Dizendo que façam o mesmo
Pra não caírem no esmo
Que o fracasso conduz
41
Na partilha do cuscuz
Do almoço e do jantar
Quando o sol negar a luz
Faça a lua vir brilhar
Faça o escuro clarear
Ame sem acepção
Não deixe a sua ação
Parecer invalidada
Mantenha a casa caiada
Mesmo na escuridão
42
A doce filiação
Tem a origem divina
Mesmo havendo inversão
Menino virar menina
Ao pai e mãe se destina
Um compromisso sem fim
Imagino o quando é ruim
Os dois terem que aceitar
Mais gerou tem que criar
O certo se escreve assim
43
Não se come só pudim
Na bondosa sobremesa
Quantas vezes o alfenim
É quem engrandece a mesa
Permanece a certeza
De que tudo acontece
Quando o causo permanece
E não se cabe desculpas
Assumimos nossas culpas
Só lucidez se aquece
44
Cada dia aparece
Uma historia diferente
Quanto jovem desvanece
Na arte do delinquente
Só porque tomou frente
Ficou desequilibrado
Pelo pai ter descuidado
O fracasso tomou conta
E aquele dedo que aponta
Pode um dia ser cotado
45
Então passe andar montado
Faça isso enquanto pode
Pode tudo tá mudado
Mas com jeito se acode
Todo dia bomba explode
Quem relaxa explode a sua
É tragédia nua e crua
Depois que vira tragédia
Nem cabresto e nem rédea
Nem força que se inclua
46
Na frondosa pele nua
Vai sofrer o amargor
Vai sentir a dor a da pua
Sem ter pua sente a dor
Sente mais ser genitor
Da família destruída
Sem achar se quer saída
Com recheio de solução
Fatiando o coração
Sem a tarefa cumprida
47
Assim eu exponho a vida
Tornando a família exposta
Não há volta sem ter ida
Nem há refeição sem bosta
Não há jogo sem aposta
Nem erro sem correção
Mais se houver prevenção
É mais fácil se seguir
Do que mesmo corrigir
A torpe contravenção
48
A doce recordação
Quando vem é amargosa
Tempos vividos em vão
Na despensa dolorosa
Sem conservar uma rosa
Vivenciando amarguras
Se vale das desventuras
Já não tem o mesmo efeito
Se perde cassando um jeito
Afagando aventuras
49
Prosseguem sem ver doçuras
O complemento final
Rastejo das criaturas
Já todos passando mal
Assombroso é o vendaval
Intrigas nos resultados
Lamentações nos lembrados
Todos de um só acordo
O fruto é desacordo
Naufragam descontrolados.
JAILTON ANTAS