*MEU BRASIL!!!

MEU BRASIL!!!

(EM MARTELO ALAGOANO)

Vim aqui pra falar da pátria amada

Meu Brasil que tem porte de gigante

Por achar o assunto interessante

Eu descrevo a Nação idolatrada

Essa terra por Deus abençoada

Que faz parte do meu quotidiano

E não vou cometer nenhum engano

Relatando venturas ou mazelas

Tanto as coisas horríveis quanto as belas

Nos dez pés de martelo alagoano.

O início se deu em mil quinhentos

Que tem mês e tem data especial

Vinte e dois de abril, quando Cabral

Com a “Nau” empurrada pelos ventos

Avistou terra firme e em momentos

Viu o monte pascoal no sul baiano

Aportou, e num gesto soberano

Tomou posse daquela terra nova.

A história confirma e nos comprova

Nos dez pés de martelo alagoano.

Com dois dias depois que aportaram

Pero Vaz é quem faz esse relato.

Logo os gringos tiveram algum contato

Com uns índios que por ali chegaram

Sem saber do valor, logo mostraram

Ouro e prata ao povo lusitano

Atiçando o instinto desumano

E a ganância daqueles europeus

Que iriam usurpar esses bens seus

Nos dez pés de martelo alagoano.

Quatro dias em terra brasileira

E no rumo legal dessa premissa

Foi rezada logo a primeira missa

E da “Ordem”, hasteada a bandeira

Pois agindo assim dessa maneira

E depois de cruzar o oceano

Atuava Cabral, conforme o plano,

Adentrando de vez na nova terra

A princípio em paz, sem fazer guerra.

Nos dez pés de martelo alagoano.

Numa carta enviada pra coroa,

De Caminha, avisando onde está

Diz: aqui se plantando tudo dá

Pois a terra é tão fértil e muito boa

Será fausta, e aqui qualquer pessoa

Seja leigo, ou mesmo veterano.

E alerto ao monarca, soberano.

Pra que El-Rei tome tento, e bem suponhas

Que os nativos não cobrem as “vergonhas”

Nos dez pés de martelo alagoano.

Devastando as florestas naturais

Passo a passo traçavam seu perfil

Extinguindo o nosso pau-brasil

E explorando as riquezas minerais

Todo ouro contido nas “Gerais”

Extraíram dali de modo insano

E com atos cruéis, brutais, tirano

Humilhava o índio e o degredado

Que ao trabalho escravo era forçado

Nos dez pés de martelo alagoano.

E por séculos de modo impropério

Enfrentando o desprezo e o descaso

A colônia cedendo em longo prazo

Para as ordens severas do império

Delicado era o assunto, e muito sério.

O país já sofria enorme dano

Subornado ao poder palaciano

E não mais suportando a crueldade

Começou a clamar por liberdade

Nos dez pés de martelo alagoano.

Tiradentes, um marco da historia

Nessa luta tem grande referência

Sendo vítima da tal inconfidência

Foi traído, jamais contou vitoria

O país bem conserva na memória

A ideia do herói republicano

Pra não ver derramar-se sangue humano

Bravamente bradou! Eu sou culpado!

Por seu ato, findou sendo enforcado.

Nos dez pés de martelo alagoano.

A república, afinal foi proclamada.

E o país conquistou um novo foro

Assumindo o comando, Deodoro.

Deixou nossa esperança renovada

Mas, no fundo afinal, não mudou nada,

Continua o descaso, o desengano,

Pois só agem de modo ante-humano

Os que têm o poder nessa Nação

Dando apoio a trapaça e mensalão

Nos dez pés de martelo alagoano.

Precisamos e muito melhorar

Para sermos libertos desse carma

Nosso voto de certo é grande arma

E por isso na hora de votar

Necessário se faz bem meditar

Com cuidado pra que não haja engano

Pois agindo de modo sub-humano

Fará parte da tal corrupção

Dando vez a gatuno e a ladrão

Nos dez pés de martelo alagoano.

O país pátria mãe, de quem sou filho.

E por isso me atrevo a falar franco

O seu verde, amarelo, azul e branco,

Da bandeira, até perdeu o brilho.

Pois a muito que está fora do trilho

E por isso já desbotou o pano

Mas eu sendo um leal pernambucano

Consagrado fiel “Leão do Norte”

Essa causa, abraço firme e forte

Nos dez pés de martelo alagoano.

Se acaso eu tiver satisfação

De ainda ver meu Nordeste bem cuidado

Avançando, sem ser descriminado

Da Bahia até o Maranhão.

Se não mais faltar água no sertão

Se investirem em poço artesiano

Pra que jorre abundante todo ano

Esse líquido bem mais que precioso

Darei “Viva o Brasil!” Muito orgulhoso!

Nos dez pés de martelo alagoano.

Carlos Aires

04/11/2013