O GRITO DOS EXCLUÍDOS

Ouve senhor nosso grito

Minha dor meu sofrimento

Sou pobre, não tenho nada.

Me falta o alimento

Com minha esposa e filhos

Dormirmos sempre ao relento

Não tenho terra nem pão

Nem casa pra morar

Debaixo de uma ponte

Fizemos o nosso lar

Com meus filhos e esposa

Vivemos a mendigar

Pro governo da nação

Os pobres são esquecidos

Da lei e das autoridades

Nos somos desprotegidos

Eis ai meu senhor

O grito dos excluídos

Eu e minha mulher

Vivemos quase despidos

Com nossos filhos, senhor.

Vivemos desasistidos

E assim somos milhões

Pelo poder esquecidos

Somos como objetos

Que já perdeu o valor

Somos marginalizados

E tratados com rancor

Temos que sofrer calados

Sufocando a nossa dor

Os que ficam velhos

Em abrigo são metidos

E aos que vão nascendo

Vão ficando desnutridos

A sociedade não ouve

O grito dos excluídos

Fazem praças de esportes

E casa para lazer

E dão caixas de bebidas

São não dão o que comer

Mas nos negam o trabalho

E meio pra sobreviver

Meninas de treze anos

Sofrem a prostituição

São enganadas e vendidas

Para fora da nação

Governo e autoridades

Não tem uma solução

Os meninos abandonados

Ficam nas ruas perdidos

E os que matam as crianças

São soltos e absolvidos

E a justiça não ouvem

O grito dos excluídos

Os jovens são drogados

Os menores corrompidos

Ate nos hospitais

Os que ali são nascidos

Tratados com animais

E para estrangeiros vendidos

Se acabou o cativeiro

E continuamos cativos

Seja branco ou moreno

O preto ou nativo

Pra viver escravizado

Ser pobre é o motivo

Uns vivem apavorados

Outros ficam escondidos

E toda sociedade

Vive tapando os ouvidos

Só pra não ouvirem

O grito dos excluídos

Sofre o pobre na cidade

Sofre o pequeno roceiro

Sofre aluno e professora

A doméstica e o enfermeiro

Mulher homem e criança

São vitimas do cativeiro

São milhões de mutilados

Multidões de oprimidos

Outros são ameaçados

Outros tantos sucumbidos

E ninguém vem ao socorro

Aos gritos dos oprimidos

Zé Bezerra o Águia de Prata
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 18/04/2007
Código do texto: T454179
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