*SE EU PUDESSE COMPRAVA A MOCIDADE NEM QUE FOSSE PAGANDO À PRESTAÇÃO!!!

SE EU PUDESSE COMPRAVA A MOCIDADE

NEM QUE FOSSE PAGANDO À PRESTAÇÃO.

(Mote antigo, desconheço o autor)

Glosas de Carlos Aires

Nesse mar de ilusão em que navego

Já nem sei a porção de tantas milhas

No meu rosto são tantas as carquilhas

Pelo acúmulo dos anos que carrego

O vigor já se foi, isso eu não nego

Aumentou a glicose e a pressão

E quem sente o que sinto tem razão

De dizer num momento de saudade

Se eu pudesse comprava a mocidade

Nem que fosse pagando à prestação.

Do meu tempo infantil estou distante

Assim como da minha adolescência

E o tempo malvado sem clemência

Só me deixa mais velho a cada instante

Quem já teve o tamanho de um gigante

Ora está bem menor do que um anão

Meu problema já está sem solução

Porque tudo que sofro é mal da idade

Se eu pudesse comprava a mocidade

Nem que fosse pagando à prestação.

Do outrora feliz só as lembranças

Disfarçadas na face, como rugas.

Sem que haja uma chance para fugas

Só me resta amargar desesperanças

A velhice me trouxe como heranças

Dissabores e até desilusão

Lentamente prossigo em direção

Dos que vão habitar na eternidade

Se eu pudesse comprava a mocidade

Nem que fosse pagando à prestação.

Se eu pudesse voltar quarenta anos

Pra ao mundo dos jovens ter acesso

Bem contente faria esse regresso

Pra viver plenamente novos planos

Só assim afastava os desenganos

Que contidos na mente agora estão

Mas estou consciente de que não

Voltarei a viver aquela idade!

Se eu pudesse comprava a mocidade

Nem que fosse pagando à prestação.

Pra de novo ter esse recomeço

Retornando outra vez a juventude

Ser robusto com força e com saúde

Sem pechincha pagava qualquer preço

Porém eu sou sensato e reconheço

Que isso tudo não passa de ilusão

Ninguém vai trafegar na contramão

Pela estrada da Santa Divindade.

Se eu pudesse comprava a mocidade

Nem que fosse pagando à prestação.

Carlos Aires 15/10/2013