Protestos.
A nova moda do país
Que assistimos sem ingresso
Em quase todas as cidades
Precisa-se do exército
Para tentar manter a ordem
Dessa onda de protestos.
São protestos nas estradas
Com filas de caminhões
Ou então nos grades centros
A procura de soluções
o movimento virou moda
Em todas as situações.
Até lá no meu sítio
Essa onda foi aderida
Esqueci a TV ligada
E a bicharada entendida
Fizeram manifestações
Que acabaram com minha vida.
No viveiro de codornas
O comentário tá formado
Colocaram fogo nas penas
tá um fumaceiro danado
E o motivo do movimento
é que o espaço tá super lotado.
As galinhas por sua vez
Soltaram bombas de gás
Derramaram todo o milho
E a ração não produz mais
o que elas reivindicam
É que o ovo tá grande demais.
Os galos já combinaram
E não estão pra brinquedo
Afinaram os esporões
Que eu já fiquei com medo
Eles acharam que canta pouco
E acorda cedo demais
Os currais foram quebrados
Por tais vacas loucas
Que dizem que o acasalamento
Precisa de beijo na boca
E por dormir no sereno
Exigem ainda umas toucas.
Com as patas e os gansos
A manifestação tá mantida
Eles não querem milho transgênico
E exigem penas coloridas
E além de tudo isso
Quer que a água seja aquecida
Meu cachorro caçador
Amigo sempre querido
Agora não me escuta mais
Quebrou um pau no ouvido
Escreveu uma faixa dizendo
Que vai cobrar por latido
As formigas no quintal
Fizeram um fuzueiro
Esperaram na minha cama
Debaixo do travesseiro
Elas querem acabar com a fila
Na boca do formigueiro
Os ratos que não são bestas
Aproveitaram da movimentação
Entraram na passeata
Dizendo ter muita razão
Saquearam todos os queijos
Que tinha lá no galpão
O meu burro de carroça
Fica ali no meio termo
Escuta mais do que grita
Parece que tá enfermo
Uma hora apoia o povo
Outra hora apoia o governo.
A coisa tá bagunçada
Não tô achando bonito
Minha fazenda é o Brasil
E os bichos estão explícitos
Agora vou cruzar os braços
E esperar o plebiscito...