São Beto, Do Engenho da Rainha para o Mundo
Não sou de dar perdão ao adversário
E não gosto de humilhar poeta fraco
Nem preciso de guia nem atalho
tenho garra e confio no meu taco
E pra quem não conhece o itinerário
Não se arrisque a seguir por esta estrada
Tenho fama de ser cobra criada
no quadrão no martelo e no repente
nesta área já bati em muita gente
fiz valente correr em disparada.
Se o amigo pretende criar fama
porque numa peleja me enfrentou
porém não vai contar como apanhou
e pediu de joelhos por clemência,
pois sem ter para tanto competência
por demência ou puro atrevimento.
resolveu enfrentar-me em cantoria.
sou um homem de paz, porém lamento,
Eu não vou relevar sua ousadia.
No repente eu não perco a elegância
mas também não aturo desaforo
qualquer um que me enfrenta leva couro
se tentar reagir, apanha mais
verso fraco carente de sustância
não é páreo para o meu cantar loquaz
mas a sua teimosia contumaz
só lhe rende vergonha, pau e peia.
quando meus versos encantam e
incendeiam.
e clareiam esses campos glaciais.
No estrangeiro já chegou a minha fama
e o mundo inteiro quer me ouvir cantar
já fui até me apresentar na Casa Branca
Barack Obama veio me convidar
Pra ser ministro da arte e da cultura
ensinar literatura e outros tais
Mas eu tinha que cantar no Vaticano
para o Papa e os eminentes cardeais.
Na Inglaterra cantei pra realeza
todavia, não foi para inglês ver
A rainha elogiou o meu talento
E o Príncipe Philip veio me agradecer
Toda a Câmara dos Lordes me aplaudiu
quando eu cantei um galope a beira mar
...Não foi fácil fugir dos "paparazzi"
que teimavam em me fotografar.
Com a viola na mão, estou em casa
não importa a distância, eu chego lá
Fui cantar numa tal Faixa de Gaza
onde nem o capeta quer chegar
Foi durante um tremendo tiroteio
Entre mísseis e tiros de canhão
Era bomba pra tudo quanto é lado
Mas não sou de enjeitar uma questão
engrenei um martelo agalopado
e acabei de uma vez com a discussão.