ACORDO COM O DIABO
Pra me safar da morte
assim, sem causa ou razão,
fiz, de pronto, um acordo com o cão.
Nem sei bem se o safado existe
se é alegre ou triste.
Contudo, sei que é cornudo o bicho fera.
Sua mulher, a diaba, deve ter um Ricardão.
Mas, a fêmea do tal chifrudo, megera
não nega sua natureza e é pura malvadeza.
Bem, deixando de lado os impropérios,
o acerto com o demo, foi mais ou menos desse jeito:
Ainda que eu faça a desgraça alheia,
subornando o amor e corrompendo prazeres,
não me deixa morrer em vão, chifrudo cão.
Bate no meu peito uma bronca tão grande,
mas tão grande, animal, que vou fazer aqui
o inferno. Muito fogo, muita lenha, muita
coisa de beber. Meia de seda, fogo paulista,
cuba libre...quando sali de cuba...usted estava lá,
demônio. Cuba é a prova que existe o inferno
fantasiado de paraíso.
Carros caindo aos pedaços, assim como
as gentes, a moral. Costumes não tem como
acostumar.
Nem por bem, nem por mar.