ACORDO COM O DIABO

Pra me safar da morte

assim, sem causa ou razão,

fiz, de pronto, um acordo com o cão.

Nem sei bem se o safado existe

se é alegre ou triste.

Contudo, sei que é cornudo o bicho fera.

Sua mulher, a diaba, deve ter um Ricardão.

Mas, a fêmea do tal chifrudo, megera

não nega sua natureza e é pura malvadeza.

Bem, deixando de lado os impropérios,

o acerto com o demo, foi mais ou menos desse jeito:

Ainda que eu faça a desgraça alheia,

subornando o amor e corrompendo prazeres,

não me deixa morrer em vão, chifrudo cão.

Bate no meu peito uma bronca tão grande,

mas tão grande, animal, que vou fazer aqui

o inferno. Muito fogo, muita lenha, muita

coisa de beber. Meia de seda, fogo paulista,

cuba libre...quando sali de cuba...usted estava lá,

demônio. Cuba é a prova que existe o inferno

fantasiado de paraíso.

Carros caindo aos pedaços, assim como

as gentes, a moral. Costumes não tem como

acostumar.

Nem por bem, nem por mar.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 25/02/2013
Código do texto: T4159352
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.