PRINCESA ISABEL Pb ATÉ 2012
Jailton Antas
01
Rainha do meu sertão
Princesa amada, querida!
Tem historia construída
Tem doce recordação
Coronel ou capitão
Lhe tornou independente
No jorrar do sangue quente
Na força bruta do fal
Ou arma artesanal
Defendiam sua gente
02
Um Zé Pereira valente
Os Manos na mesma eira
Serviam de bate esteira
Um outro na linha de frente
Um pelotão displicente
De corpo e alma na guerra
Em defesa dessa terra
Entravam todos na luta
Que toda nação matuta
Descia de cima da serra
03
Depois que a guerra encerra
Deu linda historia sofrida
Princesa foi invadida
Mas seu crescer se emperra
Quem é certo nunca erra
Mesmo tendo que morrer
Duas coisas vi crescer
Sua historia mostra isso
Sem precisar de feitiço
Nem união pra valer
04
Teve um remanescer
No fim da ignorância
Duas forças de importância
Tinham o mesmo parecer
Fazer ela florescer
Sem sequela do passado
Mas o gênio ultrapassado
Daquelas forças políticas
Onde faço boas criticas
Sem nada idealizado
05
O poder era enfaixado
Nada de independência
O fraco nem continência
Batia pra o empossado
Sobrevivia entocado
Esperando sua vez
E o outro na lucidez
Logo o mandato perdia
E quando o outro assumia
Desmanchava o que se fez
06
E assim corriam os três
E o povo virava os bois
Na revolução dos dois
A guerra ficou talvez
Sem nunca passar um mês
Em paz na disputa interna
Se a frente inteira governa
A traz o disse me disse
Fofoca intriga e tolice
Enquanto o poder se alterna
07
Nada de ideia moderna
Nem nada de inovação
Mudavam de direção
O outro ia pra caverna
Só com direito a baderna
E babança sem efeito
Que elevava o sujeito
Corrupto e comprometido
Que o povo todo vendido
Inda era satisfeito
08
Usando todo respeito
E sem querer ofender
Eu posso aqui defender
O matuto e o seu jeito
Ser honesto e ser direito
Era seguir o partido
Embora fosse vendido
Fingindo não via nada
Melhor a boca fechada
Somente nesse sentido
09
Vez por outra um comovido
Ex uma grande questão
Num forte aperto de mão
Dizia tu tá sofrido!
E ele eu tô é perdido,
Dava uma de manhoso...
Que saia por generoso
Com o gesto de humildade
Que quase toda cidade
Lhe chamava de bondoso
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E entre sofrer e gozo
Trapaça e fingimentos
Seguiam os regimentos
Um fel, outro saboroso!
Que também era amargoso
Quando perdia a patente
Se tornava indiferente
E mudava inte juiz
Que o eleitor infeliz
Permanecia carente
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Um atrás outro na frente
Assim se passavam anos
Os sonhos e belos planos
Nunca veio a essa gente
A prefeitura doente
Atolada no descaso
Que nem curto ou longo prazo
Lhe tirava dessa orgia
Pois quem ela conduzia
Tratavam todos no acaso
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Comiam num prato raso
Com pratos fundos pra eles
No grande sucesso deles
O povo descia num vaso
Acompanhado do atraso
Da Princesa sem talento
Que embora em algum momento
Tivesse um talentudo
Tratava no absurdo
No antigo regimento
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Desmanchava cem por cento
Do que o outro havia feito
Triste hábito do prefeito
Do novo acasalamento
E a cidade em tormento
Devagar iam as ruínas
Que revogavam as minas
Como as honras dos impérios
Herança dos homens sérios
Dos paletós e batinas
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Em transparentes cortinas
Da historia em seus letreiros
Se foram os cangaceiros
Cumpriram metas e sinas
E os atuais peles finas
Imitando o mesmo embalo
Segurando o mesmo talo
Mas nunca vão muito alto
Nem nunca descem do salto
Sofrendo maior abalo
15
Querem inte cantar de galo
Como se ver na historia
Só vivenciam em memória
Sentindo a dor do intalo
Muitos descem pelo ralo
Sem conseguir dar sequência
Nem mesmo de aparência
Conseguem se coronel
Seguindo o mesmo papel
Que se chama incompetência
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Mudaram a exigência
O roubo mudou de nome
O desonesto se some
Erguido na resistência
E quando vai a falência
Ou finda a sua gestão
Mudam o nome de ladrão
E dizem improbidade
Que pra o bem da verdade
Tem a mesma tradução
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Dando a minha opinião
Princesa esta assim
Os poderosos no fim
Estão de cara no chão
Os pereiras sem ação
Por terem sido caçados
Estando envergonhados
Se disfarçam divididos
Só por estarem perdidos
E sentirem-se culpados
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São péssimos resultados
O sangue todo incolor
Tio-avô mudar de cor
Com Tiago separados
Se ambos estão rachados
O velho já fica insosso
Se o broto está no moço
Que assume sua queda
Assim a força se veda
Quebrando mesmo no grosso
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Já Sidney deixou o caroço
Quando também foi cassado
É um sujo e um mal lavado
Roendo o mesmo osso
Dependem inte de almoço
Ou de outra refeição
Dando fim a tradição
De um sai e o outro assume
Que o certo se resume
Na maior constatação
20
Onde há inverno, há verão...
Também há dia nublado
Que chega no inesperado
Seja em qualquer estação
Trazendo a sensação
Que o clima ira mudar
E a atmosfera do ar
Traz um cheiro diferente
Surpreendendo agente
Que vemos ao respirar
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E sem ninguém esperar
Surgiu em meio ao verão
Um dia de comoção
Que Dominguim fez brotar
E cabra velha a berrar
Com nome de prefeitura
Sofrida na amargura
Pelas forças consumidas
Que só eram resistidas
Por causa de sua gordura
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Em meio a tanta tontura
A câmara tomou de conta
Dominguim pegou na ponta
Da corda que lhe segura
Os dois lados na pendura
Sem quererem lhe soltar
Inda gozam de mamar
Nos dois peitos desnutridos
Só aí findam unidos
Com medo de afundar
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Dominguim um exemplar
Que nunca teve sua vez
Durante a vida o que fez
Se doou em cooperar
Agora pode mudar
Com o cargo de prefeito
Que mereceu ser eleito
Com toda aceitação
Mas o mal da tradição
Perturba do mesmo jeito
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A cabra de um lado um peito
O P S D B pegou
O P M D B chorou
Que terminou sendo aceito
Viciados nesse leito
Assinam qualquer proposta
"Se precisar lambem bosta"
Importante é tá mamando
Mesmo ainda se arrastando
Com toda vergonha exposta
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Quem baba faz sua aposta
É aquele zum zum zum!
O prefeito só faz rum!!
Se vira e dar as costa
Se a ideia lhe desgosta
Por direito vira o rosto
Mesmo sendo contra o gosto
Preferia a união
E quem fosse oposição
Deixasse de ser oposto
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Da manhã té o sol posto
É aquele leva e traz
Um na frente outro atrás,
Vai julho e vem agosto
Um compra voto exposto
E tanto aperto de mão
Que o eleitor de plantão
Aguarda suas ajudas
Que mais parecem uns judas
Por conta da eleição
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A noite faz um serão
Tem visitas escondidas
Vão perturbar as dormidas
Elevando a tradição
As forças na oposição
Por ter perdido o poder
O que um sabe fazer
É o mesmo que a outra faz
Sendo assim não têm cartaz
Nem honra pra defender
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Dominguinho só faz ver
As duas forças brigando
Ao povo todo enganado
Com a cabra a remoer
Que bem antes de descer
De goela abaixo o bagaço
Ele apara sem cansaço
Pois precisa repartir
Que depois que ela engolir
No ubre só dar inchaço
29
Nesse nobre e meigo espaço
As forças estão sungando
Cada peito há um mamando
Inda diz eu mando e faço
E assim resumo o fracasso
Das ruínas das potencias
Sucessos e incoerências
Unidas com duas faces...
No ramo os mesmo enlaces
Com discretas divergências
30
Assim relato ocorrências
Das duas forças politicas
Mais vale fazer as criticas
Sem fingir nas aparências
Sem ferir honra e essências
Dos ilustres personagens
Que trazem em suas bagagens
A honrosa tradição
Que dá nome ao meu sertão
Mesmo sendo em traquinagens!!
fim