100 anos de Gonzagão
Povo do meu Nordeste,
Da cidade ou do sertão,
Em versos irei mostrar,
A vida do rei do baião,
O Luiz, Lula, Gonzaga,
Também chamado Gonzagão.
Nascido a 13 de dezembro,
Dia da santa que traz a luz,
Era filho de Januário,
De Ana Batista de Jesus,
De seu pai, os 8 baixos,
Desde pequeno ele conduz.
Com seus 16 anos de idade,
Já animava as festanças
Aos poucos o Pernambucano,
Ia ganhando a confiança,
Mas, certo dia apaixonou-se,
Por uma moça da vizinhança.
O pai da moça não aceitando,
O seu ofício de sanfoneiro,
Perante todos o humilhou,
Pois, era um rico fazendeiro,
Nem quis saber se seu amor,
Era de fato verdadeiro.
Entristecido Luiz resolve,
Tomar com o outro satisfação,
Munido de faca peixeira,
Ele esquece que é cristão,
Porém, sua mãe é que intervém,
Descendo sobre ele a sua mão.
Depois de tanta reprimenda,
Ele resolve se debandar,
De Exu segue a pé ao Crato,
Lá pras banda do Ceará,
Indo parar em Fortaleza,
Para no exército se alistar.
Depois de anos de serviço,
No nosso exército brasileiro,
Por "bico de aço" fica conhecido,
Por ser um grande corneteiro,
Mas, pra sanfona decide voltar,
Dando baixa no Rio de Janeiro.
Foi cantador nos bares do mangue,
Seguindo a luz do seu destino,
Seu vozeirão levou as rádios,
Mostrando o sangue nordestino
E em pouco tempo ele gravou,
Agradecendo ao Deus divino.
Levava na voz a asa Branca,
Chorando a seca do seu sertão,
Levava alento ao sertanejo,
Cantando com a alma e o coração,
Em todos os ritmos o povo alegrava,
Tocando xote, xaxado e baião.
Com sua sanfona de 120 baixos,
Luiz abraça o mundo inteiro,
Sendo "o ilustre" até convidado,
Para cantar pro mensangeiro,
Levando o ritmo do Nordeste,
Trazendo a benção ao brasileiro.
O centenário do rei do baião,
Mantemos viva a nossa história,
Lida nos versos de cada canção,
E enaltecendo o seu talento,
Parabenizamos o Gonzagão!