Vida e obra de Gonzagão.

No sertão pernambucano

Um grande mestre nascia

Lá na zona rural de Exu

Morava com alegria

E na serra do Araripe

Sua história escreveria

Filho de Santana e Januário

Figuras de calo na mão

Mas que nas horas vagas

Gostava de acordeão

Influenciando seu filho

A torna se rei do baião

Gonzaga se apresentava

Em bailes com muita panca.

Januário o acompanhava

Sempre com palavras francas

E nesse embalo nascia

A famosa Asa Branca

Teve um parceiro perfeito

Como o bolo e a assadeira

Combinando nas canções

O que lhe ajudou na carreira

O compositor e Advogado

O mestre Humberto Teixeira

Gonzaga aos dezoito anos

Já tinha no peito uma paixão

Nazarena era o nome dela

Uma bela moça da região

Filha do Coronel Raimundo

Cabra macho lá do sertão

Mas o coronel era contra

Não queria o casamento

Mas Gonzaga e Nazarena

Namoravam sempre atentos

Porém um dia caiu a casa

Tornando um grande tormento

Depois de uma grande surra

O corpo quente feito brasa

Sentia como um pássaro preso

Sem liberdade e sem asas

E bem na calada da noite

Gonzaga fugiu de casa

Gonzaga foi para o exército

Lá na cidade do Crato

E nas forças militares

Com todo seu aparato

Muitos anos fora de casa

Cumprindo bem seu mandato

Conheceu Domingos Ambrósio

Em uma cidade Mineira

Soldado de juiz de Fora

E acordeonista de primeira

Influenciou o bico de aço

A retomar sua carreira

Tocou choros, tocou sambas.

Era um verdadeiro acrobata

Cantava músicas estrangeiras

Usava paletó e gravata

Cantava em show de calouros

E também fazia serenata

Conheceu Pedro Raimundo

Com trajes regionalistas

Que chamou atenção Gonzaga

Deixando o mais otimista

Vestindo se de vaqueiro

Que o consagrou como artista

Com seu típico figurino

Um estilo fabuloso

Com sua canção vira e mexe

O povo ficou ansioso

Então vieram os aplausos

No programa do Ary Barroso

Em parceria com Saulo Augusto

Veio a dança da Macaquinha

No mesmo ano Gonzaga foi Pai

Do conhecido Gonzaguinha

Fruto de um romance

Que muito futuro não tinha

Gonzaga volta para casa

De um jeito muito hilário

Chegou cheio de saudade

Pensante e imaginário

O tudo isso virou canção

No reencontro com Januário

Gonzaga foi um guerreiro

Jeito simples e incessante

Casou-se com a pernambucana

A Professora Helena Cavalcanti

Vivendo até o fim da vida

Bons amigos e fies amante

O casal não teve filhos

Nessa relação amorosa

Mas sempre viveram bem

Numa vida bem gostosa

Então adotaram uma criança

A quem batizaram de Rosa

Luiz Gonzaga do nascimento

Também foi rei do baião

Velho Lula, Bico de aço

E embaixador do sertão

Majestade do nordeste

E o saudoso Gonzagão

Nasceu no mês dezembro

No Nordeste foi o melhor

Faleceu no mês agosto

Setenta e seis anos de xodó

E com seus 120 baixos

Foi o inventor do forró

O mestre Luiz Gonzaga

Teve sucesso e muita fama

Mas o fim da vida chegou

No hospital Santa Joana

Vítima de uma parada

Na capital Pernambucana

O mestre Luiz Gonzaga

foi um simbolo muito amado

Era maçom e compositor

Escrevendo de bom grado

E em Juazeiro do Norte

O seu corpo foi velado

Recordações de sucessos

Que a poeira levanta

Parceiros e velhos amigos

Que a alma alegre canta

Manezinho, Onildo Almeida

Jeová Portela e Zé Dantas

Mestre Patativa do Assaré

Granjeiro e seus amores

Humberto Teixeira e Beduíno

Mostraram que tem valores

E em nome Gonzaguinha

Homenageio outros autores

A feira de caruaru,acauã

E o xote das meninas

Também a triste partida

Assum preto, cintura fina

E tem o riacho do navio

E o cheiro de Carolina

Gonzaga tornou estátua

E reconhecimento mundial

É astro, é rei e é ídolo

É simplesmente fenomenal

E na Unidos da Tijuca

Foi tema de carnaval

Os cem anos de Gonzaga

Merece nossa atenção

E essa foi uma homenagem

Feita com dedicação

Parabéns meu ídolo eterno

O grande Rei do Baião

Fim

Ivan Sousa
Enviado por Ivan Sousa em 17/05/2012
Código do texto: T3672927