COMPARAÇÃO entre as duas cidades São josé e Assunção

Assunção e São José de Princesa

Inspirei-me em duas cidades chamadas de Assunção e São José de Princesa.

A primeira em uma região seca e as suas terras bastante fracas, não dá pra produzir milho, feijão, arroz e até mesmo a criação de gado, lá só da pra criar mesmo é cabra. Sendo cidade conseguiu crescer e tornar-se uma das mais belas cidades do cariri paraibano.

A segunda com uma terra fértil, muito baixio, gado, leite, e também feijão, milho, algodão, e até a cana-de-açúcar, não conseguiu mudar nada de quando era vilarejo. Por isso descrevo esse cordel sem referir-me a pessoas e sim ao poder que podia agir e não age.

I

A antiga Estaca Zero

Hoje formosa Assunção

Não quero fazer menção

Nem agradar-lhe, mais quero

Dizer que não só venero,

E te admiro até demais,

Muito grato eu vou dizer,

Pois você só fez crescer,

Quem te viu e hoje te ver,

Não te reconhece mais.

II

Comparo à minha cidade

Que é histórica também,

Não cresce e nem nada tem,

Não dá em tu a metade.

E pra falar a verdade,

O castigo lhe acompanha

Não produz pra exportar,

Quem cresce não fica lá,

E aquele lindo pomar,

A natureza envergonha.

III

Cidade há vários anos

É a mesma São José

Não cresce de ruim que é

Ninguém conhece os seus planos

Turistas são os ciganos

Passando uma vez perdida

Desprezo lá fez morada

Recorre a Serra Talhada

Que oferece tudo ou nada!

“Ou cidadinha sofrida”...

IV

Assunção na terra fraca

Em um chão de tabuleiro

Já São José é um canteiro

Só produz leite de vaca,

Seu marco, uma só placa!

“Bem vindo” e “volte outra vez

Assunção cresceu dos lados

Sem baixios alagados

Seus filhos são ensinados

A cobrir sua nudêz

V

Se é o cordão umbilical

Que nutre um embrião,

Levando sustento e pão

No campo estomacal,

Evita tudo que é mal

Pra o feto nascer seguro.

São José não tem cordão

Que lhe faça a nutrição

Pra fazer nossa nação

Ser forte lá no futuro.

VI

O cordão de São José

Furou e sofre o menino,

Lá junto com o intestino

E ninguém sabe o que é

Me responda algum Mané

Ou quem souber me responda

Sem o cordão umbilical?

Ele sofre ou passa mal?

Se pode alguém a final ?

Sustentar-se só por sonda...

VII

Se a mãe não se alimentar

Não investir na saúde

A criança nasce rude

Bem difícil de criar

Sem esposo pra ajudar

E lhes dar uma forcinha

Se quem cuida trata mal

Pra um cego tudo é normal

Mas o desprezo é total

Sofrendo a nação todinha.

VIII

Esta mãe apresentada

É a prefeitura, bendita!

Que leva a vida maldita

Viúva e abandonada.

Faminta à beira da estrada

Seu desprezo não se soma

Padece a mãe sofrida

Vegetando toda vida,

Sem achar uma saída

Como quem está em coma.

IX

Todo solo dar feijão

Cana e leite de fartura,

Jaca mole e da dura

Nunca desperdiça um grão

Parece inté maldição

Pois não cresce esse celeiro

Passa bem quem manda nela

Sofre quem ta dentro dela

E aquela nação singela

Vive embaixo de um poleiro

X

Assunção não produz gado

Mais tem outra natureza

A cabra é a grandeza

Que a todos tem sustentado

Um povo bem educado

Vivendo em harmonia,

Sofre mas come o quer

Com batinha de mulher

Dar exemplo a quem quiser

Inovando a cada dia.

XI

Mães que vivem elegantes

Seus filhos andam felizes

Mulheres vão ser atrizes

Seus homens comerciantes

Vão e voltam confiantes,

Sem temer da lida o mal

Leva uma vida feliz,

Seja o ator ou atriz

Lá distante sempre diz

Que ama a terra natal.

XII

Um coração estampado

E casa de show também,

Um coração sei que tem.

O gestor compromissado

Dando vida a um povoado

Que se foi com a estaca

Mais o zero tá presente

Levando o lugar à frente,

Agradando a toda gente

Do modo que se destaca

XIII

Hoje o zero de Assunção

Não é o mesmo da estaca

É algo que se destaca

Se vê no seu coração,

É o zero de corrupção

Que fez a mesma crescer,

Políticos, competentes,

Íntegros e influentes,

Que não empregam parentes,

O que faz dá gosto ver.

XIV

Entendo que o crescimento

Dar honra ao velho nome,

Onde o zero não se some,

E é quem dar o ornamento

A estaca no esquecimento,

Dar sustento a beleza

Pureza no coração!

Sumida e sem feição,

Continua em Assunção

E é quem lhe dar firmeza

XV

Quero aqui nesse momento

Fazer jus a velha estaca

Pois é quem mais se destaca

Na construção de cimento

Batida de chão à dentro,

Deixando o prédio seguro

Pois tem estaca batida

E a cidade foi erguida

Na velha estaca sumida,

Dando o prumo pro futuro

XVI

No cordel faço menção

Do antigo e velho nome

O tempo não lhe consome

Mesmo Na nova Assunção

Toda a estaca em ação,

Firme e forte igual raiz

Buscando na profundeza

Da bela mãe natureza

No mundo, a maior riqueza!

Que é o povo viver feliz.

XVII

São José não tem raiz

Que segure em forte vento

O Próprio, Rosa, São Bento

Não ver o povo feliz,

O Gestor não faz mais diz

Que age como convém

Não sei do que ta falando

E o tempo vai se passando,

E São José piorando

Tem de tudo e nada tem.

XVIII

Figura de uma cidade

No entanto só no nome

Quem cuida dela consome

Maltrata sim de verdade

E aquela sociedade,

Sofrendo levam a vida,

Se conformam sem ver nada

Educação desgastada

E as drogas tomam chegada

Não se ver uma saída.

XIX

Câmara! Não funciona

Existe dentro de pasta,

Pra muitos isso só, basta!

Quem entende impressiona,

Vereador não tem carona

Na pasta tão poderosa

Nem pra da uma olhadinha,

Assina ao final da linha,

Sem dar nem uma lidinha

Na mini-câmara “Rosa”.

XX

Não vota o legislativo

Porque não tem condição,

Não age e nem mostra ação

Lhe engole o executivo,

Não morre, nem fica ativo.

Vegetando e meio morto,

Nunca ao bem se converte

Quem manda lhe deixa inerte

E o bom então se inverte

Todo projeto sai torto.

XXI

Assunção não sofre isso

Cada setor funciona,

Câmara não dar carona

Conhece seu compromisso,

Secretario é submisso

E sem lamento obedece

Gestor trabalha feliz,

Lá ninguém vive infeliz

Vereador inté diz,

Que o povo tudo merece.

XXII

Assunção não tem mundiça

Que roubem à bóia alheia.

Todo mundo almoça e ceia

Come carne e não lingüiça.

Seu povo freqüenta a missa

Reza e ora se for crente.

E a paz que Cristo oferece

Vem no povo e permanece

E essa nação só cresce

Porque a paz toma a frente.

XXIII

Lá ninguém quer ganhar mais

Se mostrando competentes,

Poderes! São diferentes,

Secretários! São normais

Salários! Todos iguais,

Do jeito que é pra ser feito

Vereador por votação,

Secretário por ação,

Prefeito por atuação!

Ganha mais por ser Prefeito.

XXIV

É com bastante pesar

Que forço o raciocínio,

Pra descrever o declínio

Que ocorre no meu lugar,

Mas pretendo divulgar

A beleza e o crescimento

E no lugar de incerteza

Versar a sua grandeza

Sem agouro e sem tristeza

Cheio de contentamento.

XXV

Prometo aos meus Senhores

De São José mui querido

Fazer verso redigido

Elogiando os gestores,

Quando ao povo chegar flores,

Da campanha prometida

Honrarei os seus projetos

Sem degredir os corretos

Se todos andarem certos

Eu verso feliz da vida

XXVI

A comparação narrada

São José e Assunção

Só sinto satisfação

Uma! Sendo anunciada

Na outra só foi mostrada

Çua paisagem bonita,

Aparência diferente

Onde povo tá ciente

Era pra ser favorita.

XXVII

São José não cresceu tanto

Ainda pode crescer

O futuro vai dizer

Justo é o nosso encanto,

O crescer desse recanto,

Sonhado pelos seus filhos,

E se todos podem ver

Filhos, netos, vão crescer.

Indo em frente vão dizer

Minha terra anda em trilhos.

XXVIII

Jazem os ímpios sem brilhos

Arrogância predomina

Insultam a natureza

Longe estão da Luz divina

Tempo tiveram bastante,

O orgulho é quem domina

Na terra que o saber mina

A inteligência é sobrando

Não pode ser explorada

Todo mundo reclamando...

Assim o Santo vegeta

Sem a luz do soberano...

Jailton Antas
Enviado por Jailton Antas em 15/04/2012
Reeditado em 11/07/2015
Código do texto: T3614941
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