O roubo da santa de São José de Princesa 19/03/2012

Jailton Antas

01

São José está de luto

Todo o povo comovido

Em um pranto absoluto

Pelo um fato ocorrido

Por certo lá tem ladrão

Andando na contra mão

A minoria é honesta

O honesto não se espanta

Pois quem roubou essa santa

Com certeza é quem não presta

02

Deve ta com a molesta

Com maldito cão no couro

Levou à santa e na testa

Linda coroa de ouro

Das joias que coletadas

Antigas bem conservadas

Um fiel deu a ideia

Onde Anastácio era o Frei

Juntou o povo e eu sei

Pra uma santa assembleia

03

Por certo juntou plateia

Pra olhar os doadores

Não foi ouro de bateia

Nem colecionadores

Pois era estimada herança

Que não se pesa em balança

Com grande valor que tinha

Em uma expressão de fé

Bons homens de São José

Doaram tudo a santinha

04

Ao Frei honesto convinha

Levar as joias com jeito

Com o zelo que continha

Fez o serviço perfeito

Foi à coroa mais linda

Que não se viu outra ainda

Lá na nossa região

Não foi ouro refinado

Que deu brilho redobrado

Foi ouro de doação

05

Zé Vigó no seu caixão

Seu ouro não pode ir

Nem anel se viu na mão

Quem lembra vai conferir

Por não saber o que tinha

Adorou sua santinha

Todo o tempo que viveu

Mão de vaca assim chamado

Mas o ouro bem guardado

Sua família ofereceu

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Mesmo morto se estendeu

Como forte adorador

Não só Ele ofereceu

Expressão de doador

São muitos no anonimato

Que não uso no relato

Mas se empenharam no bem

Seu Dão quem mais adorava

Zelando-lhe inté chorava

E a família também

07

No sentimento é que vem

Dos heróis os seus valores

Coração sei que não tem

Os fracos opositores

Castrando a existência

E usurpando a essência

Dos valores dos fieis

Que choram amargamente

Muita lagrima clemente

Da coroa, santa e anéis.

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Restando só os papéis

Em fotos novas e antigas

Da época dos coronéis

Que na fé não tinha intrigas

Seguia o andor na frente

O que fosse mais valente

Cantava lhe adorando

Dando viva aos rituais

Herança viva dos pais

Que hoje estão recordando

09

Quem antes tava rezando

Lá nos pez de Conceição

Tristonho está chorando

Lembrando sua feição

Questiona entristecido

Quem pode ser o bandido

Que fez essa crueldade

Rezando por si e Ele

Com ódio sangrento dele

Inda pede piedade

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“Diz santa por caridade

Te peço em oração...

Rezando sem ter maldade

Faz do ladrão bom ladrão....

Devolva a nossa santinha”

E reza a reza todinha

Em um pranto concentrado

E assim se passando os dias

Com ódio e avemarias

É todo povo enlutado

11

São José enviuvado

Como hoje é o seu dia

Escrevo emocionado

Relatando a covardia

Registrando com tristeza

Desse bando a frieza

Que ficará na história

Da Santa só resta o canto

Dos fiéis retando o pranto

E a saudosa memória

12

O louvor reza e gloria,

No altar se ver ainda

Implorando por vitória

Toda esperança se finda

Vão apelando pra sorte

Em outro santo mais forte

Que a sua prece atenda

E o desgosto e os prantos

Dos fieis que choram tantos

Não existe quem defenda.

13

Justiça aja e prenda

A meiga joia roubada

Igualzinho sem emenda

Linda como foi levada

Também descubra de vez

O monstro que o mal fez

Na nossa comunidade

Findando os seus gemidos

Irmãs e irmãos unidos.

Muita paz nessa cidade!

Jailton Antas
Enviado por Jailton Antas em 29/03/2012
Reeditado em 03/02/2017
Código do texto: T3583618
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