ENTRE A MOCIDADE E A VELHICE!!!
ENTRE A MOCIDADE E A VELHICE!!!
Mocidade fosse embora
Levando em tua bagagem
Aspectos da bela imagem
Do jovem rosto de outrora
Na face só resta agora
Carquilhas tão enrugadas.
São as marcas registradas
Expostas em nossas faces
Criando os cruéis impasses
As eras áureas passadas
Ontem fulgor e encanto
Forte brilho reluzente
Hoje chama decadente
Que nos leva ao desencanto
O farto riso, no entanto
Cedeu lugar para a dor
Antes saúde e vigor
Ora fadiga e cansaço
Traz entrave e embaraço
Pros férteis jardins do amor
Das auroras radiantes
Cheias de tantos primores
Murcharam as lindas flores
Tão perfumadas de antes
Agora já inconstantes
Sem conter mais energia
Qual a penumbra sombria
Que lentamente decorre
Na hora que o dia morre
Quando a noite se inicia
Cadê a perseverança
A farta vitalidade
A vanglória a vaidade
A certeza a confiança
Somente a insegurança
É que impera e predomina
Mas a vida nos ensina
A trilhar nesses caminhos
Cheios de pedras e espinhos
É o trâmite da lei Divina
Onde já foi fortaleza
Que não causava ameaça
É cortina de fumaça
Sem oferecer defesa
Onde sobrava destreza
Já lhe falta habilidade
Aonde a audacidade
Só exibia coragem
Resta a malfadada imagem
Da débil incapacidade
Eu represento a rigor
O quadro aqui exibido
Se agora já estou vencido
Antes fui um vencedor
O quadro é desolador
Mas estou resignado
O que já fui no passado
Não mais voltarei a ser
Mesmo assim quero viver
Tranquilo e bem conformado
Carlos Aires 10/12/2011