A VIDA DO MIGRANTE!!!
A VIDA DO MIGRANTE!!!
Eu sou um migrante vivo desterrado
Do berço adorado o lugar que nasci
O negro destino tornou-me um errante
Mesmo tão distante não esqueço dali
Fui bem acolhido nessa nova terra
Mas, meu Pé-de-Serra é a quem quero bem
Lá foram vividos meus dias felizes
E as minhas raízes ali se mantêm
Bastante conforto oferece a cidade
A bem da verdade gozo de bom trato
Mesmo desfrutando desse bem viver
Não vou me esquecer da vida no mato
Aqui na cidade em meio ao sufoco
Escuto o som rouco de feios pardais
No campo eu ouvia era o som das cascatas
E a cantar nas matas, belos sabiás
A vida na rua é boa, eu não nego
Porém não me apego ao viver da cidade
Pois sendo do campo um remanescente
A lembrança plangente só traz-me saudade
Qual um andarilho que vive sem rumo
Jamais me acostumo nessa vida urbana
Aqui, só fedores de esgoto e bueiro
Lá o doce cheiro da flor de umburana
Só saí da roça por necessidade
Porém a saudade vive a me cobrar
Pra que um dia volte pro meu solo amado
Que mesmo afastado não deixo de amar
Ah! Como eu queria voltar novamente
Talvez até tente e se Deus der o aprovo
Voltarei contente pra terra querida
Viver nova vida junto com meu povo!!
Carlos Aires 21/11/2011