a visita de Jesus Cristo

Certa noite tive um sonho;

Como um filme que assisto;

Vi uma luz no horizonte

Como nunca tinha visto

E do mar em calmaria

Em passos lentos saía

Meu amigo Jesus Cristo.

Acenou pra todo mundo

Que estava ali presente

E na areia fina da praia

Dava passos para frente

E com a sua voz paterna

Falavam dos homens da terra

Que não lhe deixavam contente

Criei o mundo pra todos

Com limites e balizas

Dei inteligência aos homens

E uma mente que prioriza

Mas isso não aconteceu

A ganância foi quem venceu

Não respeitando as divisas

Vejo o homem orgulhoso

Com os bens materiais

Não reconhece o irmão

E Para ele tanto faz

Só dar valor ao dinheiro

A praga do mundo inteiro

Sempre quer mais e mais...

Então surgiu o confronto

Entre eles brigas banais

As guerras entre país

São casos especiais

Agora não tem mais jeito

Já não dão mais o respeito

Aos pobres dos animais

A ciência evoluiu

Desvenda todo mistério

A ética e a cidadania

Não são levadas mais a sério

A consciência daqui

Há tempos tá na UTI

A caminho do cemitério

As leis não são mais cumpridas

Sempre o mesmo papelão

Alguns políticos embarcaram

No trem da corrupção

E aos eleitores iludem

Como dinheiro da saúde

E da nossa educação

A separação de casais

É a moda saturada

O sofrimento dos filhos

Famílias desestruturadas

O metrô saiu do trilho

A brigas de pais e filhos

Parece o fim da Picada.

A criminalidade aumenta

Presídios super lotados

A fome cresce no mundo

Assim como os favelados

A cracolândia no centro

Provoca muito tormento

Deixa a gente apavorado

Assim como meio ambiente

É a fonte de extração

Ambientalistas mortos

Sem dó e sem o perdão

A cultura de preservar

Foi jogada em alto mar

Sem bússola e sem direção

Resíduos de todo tipo

Poluem todas cidades

Os lixões em céu aberto

É uma grande barbaridade

E as bacias poluídas

Que é a fonte de vida

E a nossa identidade

Outro fato que discordo

Que é triste de se ver

É essa desigualdade

Que faz o pobre sofrer

Uns morrem de trabalhar

Outros vivem a roubar

Dizendo que é um prazer

Filhos deixados na rua

Com o cordão umbilical

Maníacos e estrupadores

É manchete de jornal

Crianças passando fome

E homem beijando homem

Isso agora é normal

O meu painel de controle

Acendeu a luz vermelha

Já perdi noites de sono

E de presente unas olheiras

O meu cabelo tá branco

Digo isso e sou franco

Fui vencido pela canseira

Não quero mais esse trono

Difícil de comandar

Vou subir agora mesmo

Para onde é meu lugar

E como o pai da criação

Fazer uma eleição

E colocar outro em meu lugar

Ivan Sousa

Ivan Sousa
Enviado por Ivan Sousa em 25/08/2011
Código do texto: T3181047