UM APELO DOS PASSARINHOS!!!

UM APELO DOS PÁSSAROS!!!

CARLOS AIRES EM DEFEZA DA NATUREZA!!!

Fiz da natureza um lema

Pra defender fauna e flora

Convido o leitor amigo

A caminharmos agora

Nessa marcha inusitada

Pra termos a passarada

Alegrando cada aurora!

Praquele que ignora

E causa devastação

Se acaso ler os poemas

Que seguem preste atenção

Liberte desses entraves

O sabiá e outras aves

Que fazem a apelação!

O SABIÁ!!!

Ser humano eis-me aqui

Sou o sabiá laranjeira

O seresteiro das matas

Ave típica brasileira

Com meus gorjeios suaves

Venho junto a outras aves

Levantar essa bandeira!!!

Queremos vida fagueira

Como vivemos no outrora

Por isso faço um apelo

Preserve a fauna e a flora

Pois se forem preservadas

Faremos nas madrugadas

As belas trilhas sonoras!

O GALO-DE-CAMPINA!!!

Sou o galo-de-campina

E ao sabiá me juntei

Nesse apelo veemente

Estou consciente e sei

Que as matas devastadas

Por moto-serra, queimadas

Onde viver, não terei!

Comprovando o que falei

O toco em que estou pousado

Foi de um grande juazeiro

Lindo, frondoso, copado

Com os galhos cheios de ninhos

Abrigo dos passarinhos

Que ora estão desabrigados!

O CANÁRIO-DA-TERRA!!!

Sou o canário-da-terra

Também venho apelar

Pra que os seres humanos

Deixe-nos proliferar

Pelos campos livremente

Sem o perigo eminente

Da raça se exterminar!

O homem que bem pensar

Não depreda os animais

Não devasta a natureza

Preserva seus ideais

Não prende um pássaro gabola

Pois preso numa gaiola

Seu canto é triste demais!

O CONCRIZ!!!

Para uns, eu sou concriz

Pra outros, corrupião

Por ser bastante caçado

Estou quase em extinção

Calaram meu belo canto

Considero-me portando

Vitima da devastação!

O homem com ambição

Toda a floresta invade

Pega pássaros inocentes

Coloca atrás da grade

Numa covarde atitude

Com uma isca nos ilude

Privando-nos da liberdade!

A ASA BRANCA!!!

Eu sou a Pomba Asa Branca

Aquela de “Gonzagão”

Que até hoje faz sucesso

Nessa imensa região

Estou quase exterminada

Porém sou considerada

Como “O hino do sertão”

Humano! Preste atenção!

Quero um espaço, uma vaga

Pra preservar minha historia

Senão breve ela se apaga

Represento o sertanejo

Mantenha vivo o desejo

Do Velho Luiz Gonzaga!

A JURITI!!!

Sou a bela juriti

Exponho aqui meu lamento

Vivo desassossegada

Meu viver é um sofrimento

Sei que não errei em nada

Por que sou tão castigada

Pelo homem violento?

Meu padecer, meu tormento

Minha aflição, meu dilema

Estão muito bem narrados

Nos versos de um poema

Onde um casal de poetas

De formas amplas, completas

Relataram meu problema?

A ROLINHA FOGO-APAGOU!!!

Olá! Eu sou a rolinha

Aquela fogo – apagou

A mesma que o poeta

Diz que o menino matou

E que você teve pena

Mas, foi só pra fazer cena

Depois comeu e gostou!

Pois agora aqui estou

Pedindo com veemência

E imploro pra a o caçador

Pra que aja com prudência

Lembre-se que depois do tiro

Darei meu ultimo suspiro

É o fim da minha existência!

A PATATIVA-DE-GOLA!!!

Por favor, me identifique

Sou Patativa-de-Gola

Ave do canto estridente

Alegre, sagaz, parola

E por ser tão bem dotada

Estou sempre confinada

Nas grades de uma gaiola!

O homem não se controla

Age com perversidade.

Aqui deixo meu apelo

E peço por caridade

Não me prenda, por favor,

Presa, meu canto é de dor

De amargura e de saudade!

O BEM-TE-VI!!!

Sou o lindo bem-te-vi

Não estou ameaçado

Ao entrar nessa corrente

Pra o homem deixo o recado

Em favor das outras aves.

Ao invés de causar entraves

Venha ser nosso aliado!

Estando do nosso lado

Vai sentir-se prazeroso

Ouvindo em cada alvorada

O canto melodioso

Da passarada que em festa

Traz outra vez pra floresta

Um recital fervoroso!

TODOS OS PÁSSAROS!!!

Pra que não mais se repita

Cena triste como esta

Nós estamos reunidos

Pra defender o que resta

Porque o homem insensato

Nos extingue e dão mau-trato

Destroem a fauna e a floresta

Pra que a nossa seresta

Aconteça as madrugadas

Pedimos para os humanos

Que parem com as caçadas

Não nos cause essas tristezas

Nem deixem que essas belezas

Venham ser exterminadas!

Carlos Aires 22/08/2011