Gratidão
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração
01
Admiro a natureza...
A grande obra divina
O charme de uma menina
Brotando em sua beleza
A terra e a sua grandeza
Com o ar puro do sertão
Estrelas na imensidão
Mantida sobre tutelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração!
02
O sol bem dimanhãnzinha
Espargindo lindos raios
Começa em belos ensaios
E a noite sai de mansinha
Se some como em bainha
Meus olhos dão atenção
E a terra sem exceção
Enche-se de aquarelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração!
03
A queda da cachoeira
Nascente em cima da serra
O brilho do sol lhe emperra
Sungando a água primeira
E a sobra na pedreira
Estronda feito trovão
Não quebra nem dar torção
E as pedras banhando nelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração!
04
A brisa do amanhecer
Quando a noite vai embora
Passarada comemora
Faz o poeta se encher
Alimenta o meu saber
Explodindo o coração
Mente e alma dão vazão
Pra aquilo que atrai a elas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração!
05
O aquecedor do universo
Dando ao dia a clareza
Mantendo a terra acesa
Não há quem diga o inverso
Com isso o poeta em verso
Cria um mote ou um refrão
Do nada faz um sermão
Nas rimas se desmantelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração!
06
Um sertanejo bem cedo
Deixa a casa ainda escuro
Vai ao roçado dar duro
Se perfuma no arvoredo
Lavra a terra sem segredo
Cava a cova, assenta o grão
Fecha ela e agoa o chão
Cerca a roça e põe cancelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração!
07
O cantar do periquito
Numa roça de algodão
Lindo pássaro o carão
E aquele grito esquisito
O festejar do mosquito
Quando a chuva molha o chão
Peneirar do gavião
E suas sacudidelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração!
08
Matutinho no batente
Assim que o dia amanhece
Tristeza não lhe aparece
Ora a Deus bem contente
Fita os olhos no nascente
Ver o sol com seu clarão
Abre os olhos com a mão
Pra derreter as remelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração!
09
Mendigo numa calçada
Num lençol de papelão
Dorme na humilhação
Tendo tudo e sem ter nada
Andando na madrugada
Meus olhos dão atenção
Cada esquina um no chão
Não se ver isso em favelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração
10
O mar com a sua onda
E a forte força do vento
Viajante do firmamento
Sua força não se sonda
Sacudindo a água estronda
Não pede nem permissão
No inverno ou no verão
Sobre as águas se esparrelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração
11
O verde da mata bruta
Subindo de serra acima
No molhar da obra prima
Vai correndo ate faz gruta
O Rangel que se desfruta
Dando a Deus gratidão
Estão vendo a sua mão
E carinho com que zelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração
12
E a união das formigas
Com a ação incansável
Combinação formidável
Sem magoas ou sem intrigas
Assisto e me dar fadigas
Vendo o belo pelotão
Seguindo a orientação
Das chefinhas magricelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração
13
Versejo na alegria
Na madrugada também
Seja lembrando de alguém
Na falta da companhia
E quando amanhece o dia
E se vai à escuridão
Vai junto à perturbação
Eliminando as sequelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração
14
Quando um leitor paciente
soletra o que escrevo
Vai lendo o que descrevo
Percebe a falha da mente
Mas logo educadamente
Usando a educação
Dar a sua opinião
Não vejo nelas balelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração
15
Dar risadas quando ler
Se criticando eu aceito
Em tudo me traz proveito
Basta à nobreza me ver
Quando dar seu parecer
Me enche de gratidão
Acelera o coração
Que até abala as costelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração
16
Comentos dão arrepios
Me deixando cheio de ego
Quando eu leio não sossego
Nos olhos chegam macios
Não pago seus elogios
Pois não tenho condição
Mesmo sendo a prestação
E bem pequenas parcelas
São coisas assim, tão belas,
Que me trazem inspiração
Obrigado Poetas...