NO TERREIRO DA CASA DA FAZENDA!!!
NO TERREIRO DA CASA DA FAZENDA!!!
Não vi mais o curral nem a cocheira
Que o vaqueiro cuidava da boiada
Nem a roça de palmas bem tratada
Nada existe da velha quixabeira
Nem a cruz de miolo de aroeira
Ou pedaços das peças da moenda
O caminho que em ia lá pra venda
Acabou-se, e por pura ironia
Não tem mais a porteira que existia
No terreiro da casa da fazenda!!!
E do carro de bois resta somente
Duas rodas sem aro e encardidas
Mesmo as terras já foram dividas
Para vários herdeiros certamente
Cada um dos portais, cada batente
Devastados em meio essa contenda
Dali nada restou pra que se entenda
Os motivos, e em meio essa avaria
Não tem mais a porteira que existia
No terreiro da casa da fazenda!!!
A morada elegante em que habitava
O ricaço e alegre fazendeiro
Do lugar em que era o terreiro
Um pequeno vestígio ali restava
E o alpendre pomposo onde se armava
Varias redes que feitas de encomenda
Exibiam ornato em bela renda
Hoje são só saudade e nostalgia
Não tem mais a porteira que existia
No terreiro da casa da fazenda!!!
Um lugar tão alegre antigamente
Só fantasma habita em novas eras
Nos escombros que hoje são taperas
A saudade lá resta tão somente
Sem que haja sequer um ser vivente
Desse outrora que hoje virou lenda
Mas o tempo cruel abre essa fenda
Se eu quisesse fechá-la nem podia
Não tem mais a porteira que existia
No terreiro da casa da fazenda!!!
Carlos Aires 10/05/2011