VERSOS
O parnaso a ferver
Sai verso em redemoinho
Se vem pela internet
Vem também no pergaminho
E a gente fica vibrando
Sem arredar do caminho
A poesia é a jóia
De refinado esplendor
Está no truque do mágico
No sorriso e na dor
No andar duma criança
No barulho do trator
Só não morre a poesia
Já dizia Damião
E ainda se morresse
Não cabia no caixão
Voltaria ao parnaso
Para nova discussão
Morre o pé de ipê
Formosamente amarelo
Morre o curso do rio
Morre o rosto mais belo
Só não morre a poesia
Nem na paz, nem no duelo!
Somente o bom Deus socorre
Pra não se ir prematuro
Não obstante um dia
Iremos virar monturo
Ainda assim o parnaso
Passa por tudo seguro