A NATUREZA ME DEU / ARREPENDEU-SE E TOMOU!!!
ESSE MOTE GLOSEI A PEDIDO DO MEU IRMÃO GILDO AIRES DO PÉ-DE-PORCO DO GILDO NO BAIRRO RENDERIAS EM CARUARU PE.
(Mote de autoria do poeta Ivanildo Vilanova)
(GLOSAS CARLOS AIRES)
A NATUREZA ME DEU
ARREPENDEU-SE E TOMOU!!!
Na infância e juventude
Eu tinha muita beleza
Tudo foi à natureza
Que concedeu a virtude
Dinheiro e muita saúde
Mas tudo isso passou
O tempo ingrato levou
E nunca mais devolveu
A natureza me deu
Arrependeu-se e tomou
Ao olhar-me no espelho
Noto a terrível sequela
Lembro a minha face bela
De emoções fico vermelho
Sinto uma dor no joelho
A vista já encurtou
Meu barco já ancorou
O vigor se escafedeu
A natureza me deu
Arrependeu-se e tomou
Lá se foi o meu outrora
Essa é a realidade
No cavalo da saudade
Estou cavalgando agora
Quando a gente rememora
Vê que o tempo nos forjou
A juventude murchou
A velhice floresceu
A natureza me deu
Arrependeu-se e tomou
Quem esbanjava energia
Igual uma tempestade
É um mar de tranquilidade
Que só vive em calmaria
A procela de euforia
Veio a bruma e abrandou
O mastro já se quebrou
Sem leme a vela desceu
A natureza me deu
Arrependeu-se e tomou
No lume das aventuras
Vivi minha mocidade
As luzes da vaidade
Estão opacas e escuras
Se já amargo as torturas
De está assim como estou
Minha estrela se apagou
O meu céu escureceu
A natureza me deu
Arrependeu-se e tomou
Da infância pra velhice
As diferenças totais
Mas num ponto são iguais
Ambos só pensam tolice
Conheço um velho que disse
Meu facho não se apagou
Mais na hora “H” brochou
Foi quando reconheceu
A natureza me deu
Arrependeu-se e tomou
Pro velho resta o consolo
Lembrar no seu dia a dia
Que já comeu a fatia
Melhor que tinha no bolo
Até de “gagá” e tolo
Alguém o denominou
Ele tristonho pensou
Não sei o que aconteceu
A natureza me deu
Arrependeu-se e tomou
Velho que conta vantagem
Dizendo sou muito macho
De fanfarrão eu lhe tacho
Pois vende uma falsa imagem
Sem ter nada na bagagem
Que o trem do tempo levou
Desse sonho despertou
E logo reconheceu
A natureza me deu
Arrependeu-se e tomou
Carlos Aires 18/02/2011
Inteiração do poeta Carlos Alê.
Eu já tive no passado
uma enorme carapinha
que maior ninguém não tinha
nem mesmo o Toni Tornado
Com fama de embaraçado
o meu cabelo ficou
Mas agora já estou
careca feito um pneu
A natureza me deu
arrependeu-se e tomou