A COBRA E O VAGALUME...-Mine Cordel Matuto, inspirado na fábula ao lado.
A COBRA E O VAGALUME...
Cordel Inspirado na Fábula Acima Intitulada...
Autor do Cordel: Bob Motta
N A T A L – R N
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Conta a lenda, qui nuis tempo,
in qui uis bicho falava,
muntas cenas curiosa,
nais fuloresta, se passava.
Numa noite de iscuridão,
uma cobra viu, intão,
um vagalume avuando;
era um brío istupendo,
se apagando e se ascendendo,
e a cobra, obisselvando.
A cobra ficô pensando,
de àquêle bichíin, pegá.
Resôiveu qui o vagalume,
ela iria traçá.
E sem pudê aicançá,
o bichíin in preno ar,
a cobra, de supetão;
resôiveu mostrá quem era,
e qui nem uma bêsta fera,
partiu prá péiseguição.
Ela partiu puro chão,
e o vagalume nuis are.
A cobra, lhe péissiguindo,
gritava prá êle: Pare!
Êle quage se cansando,
e a cobra imbaixo, isperando,
qui êle assentasse no chão;
o vagalume avuando,
acabô num aguentando,
dispencando sem perdão.
A cobra lhe agarrô,
e já ía abucanhá.
O vagalume gritô:
Ispere; eu vô lhe falá.
Num faça essa coisa feia;
eu nem pertenço à cadeia,
da sua alimentação;
num faço má a você;
pru quê intão, me cumê,
fazendo de mim, ração ?
E a cobra: Tu tem razão,
in tudo isso qui me diz.
Mais vô falá prá você,
o qui me dêxa infeliz.
Assisti tu avuando,
se ascendendo e se apagando,
prá mim é cuma uma cruz;
digo inté mais prá você:
Num suporto é tê qui vê,
o brío da sua luz.
O vagalume é o poeta,
e a cobra é o invejoso.
Sua inveja se cumpreta,
do jeito mais asquêrôso.
Poeta irradia luz,
seu verso é dom de Jesus,
o seu universo é preno;
de amô, qui vai distribuindo,
e a cobra; essa vai siguindo,
“distilando o seu veneno”...
Autor: Roberto Coutinho da Motta
Pseudônimo Literário: Bob Motta
Da Academia de Trovas do RN.
Da União Bras. de Trovadores-UBT-RN.
Da Com. Norte-Riog. de Folclore.
Da União dos Cordelistas do RN-UNICODERN.
Da Associação dos Poetas Populares do RN-AEPP.
Do Inst. Hist. e Geog. do Cariry-PB.
E-mail: bobmottapoeta@yahoo.com.br
Site: WWW.bobmottapoeta.com.br
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