A VIOLA CUM O CÔIPO DA CAIPIRA/E A CAIPIRA CUM O CÔIPO DA VIOLA...- Cordel Matuto

A VIOLA CUM O CÔIPO DA CAIPIRA/ E A CAIPIRA CUM O CÔIPO DA VIOLA...

Literatura de Cordel

Autor: Bob Motta

N A T A L – R N

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Minha maginação é séivéigonha,

é safada, nuis mínimo capricho.

Tiro verso de luxo lá do lixo,

prá chorá, o Véi Chico e a Véia Tonha.

Acordado ô drumindo, Bob sonha,

cum o sertão, a mais sábia dais iscola.

Vira jove, vortando a sê pachola,

s’incantando, ao vê na macambira,

A VIOLA CUM O CÔIPO DA CAIPIRA,

E A CAIPIRA CUM O CÔIPO DA VIOLA.

Uis neurônio se dana a trabaiá,

fôicejando meu véio coração.

Cum poema, cum letra de canção,

o amô é gostôso de cantá.

O incanto, a belêza do lugá,

uis muleque, no pátio a jogá bola,

no repente, uis poeta entra de sola,

a pratéia, iscutando, óia e delira,

A VIOLA CUM O CÔIPO DA CAIPIRA,

E A CAIPIRA CUM O CÔIPO DA VIOLA.

Emoção, o meu coração num prende,

se um gatíin, sente fome, eu inté chóro.

Meu amado sertão, eu te adoro,

cum meu peito infêrmo, chêi de istende.

O vigô da mocidade ainda rende,

sô minino, qui in isprito, deita e rola.

A aivorada duis passo, me consola,

quando vejo, in sonhe, na minha mira,

A VIOLA CUM O CÔIPO DA CAIPIRA,

E A CAIPIRA CUM O CÔIPO DA VIOLA.

Um bizerro apojando numa vaca,

um cachorro ajudando o caçadô,

no currá, um tôro reprodutô,

um cêiquêro infincando uma istaca.

Caçadô perparando arataca,

vagabundo fumando uma pióla,

cunzinhêra ariando a caçarola,

fazendêro óia da rêde onde s’istira,

A VIOLA CUM O CÔIPO DA CAIPIRA,

E A CAIPIRA CUM O CÔIPO DA VIOLA.

Eu nem sei, mais lhe juro, seu dotô,

quá dais duas é a mais bela visão.

A viola, sortando uma canção,

ô a caipira e seu côipo sedutô.

Cum o oiá, faiscando, meu sinhô;

quaiqué uma ritina, se díscola.

Num tem faca, revóive nem pistola,

nem ninhum pudê da terra, qui intéifira,

A VIOLA CUM O CÔIPO DA CAIPIRA,

E A CAIPIRA CUM O CÔIPO DA VIOLA.

Elas faiz o sujeito ispernegá,

na latada ô no corêto da praça.

O indivído imburaca na cachaça,

sem sabê siqué adonde vai pará.

Tôdas duas a disajuizá,

faiz o mágico perdê sua cartola.

Inginhêro s’isquece da bitola,

quando vê, suas conta, mexe e vira,

A VIOLA CUM O CÔIPO DA CAIPIRA,

E A CAIPIRA CUM O CÔIPO DA VIOLA.

A caipira, nais Festa de Padruêra,

s’imbuneca, ficando fóimosa e bela.

É paisage diguina de aquarela,

p’ru pintô mais ixigente, tão facêra.

De beleza, séivage ô brejêra,

nossa professôrinha da iscola,

no andá bamboleante se rebola,

num ai matuto, qui isso, num cunfira,

A VIOLA CUM O CÔIPO DA CAIPIRA,

E A CAIPIRA CUM O CÔIPO DA VIOLA.

Num casei c’uma caipira, isso é reá;

namorei e casei c’uma praiêra.

Minha musa e amada cumpanhêra,

do matuto nascido na capitá.

Na bêra do Potengí, cá in Natá,

nossa históra de amô se disinrrola.

Inventô de inventá de me dá bola,

rasgô meu coração todíin in tira,

A VIOLA CUM O CÔIPO DA CAIPIRA,

E A CAIPIRA CUM O CÔIPO DA VIOLA...

Autor: Roberto Coutinho da Motta

Pseudônimo Literário: Bob Motta

Da Acad. de Trovas do RN.

Da União Bras. de Trovadores-UBT-RN.

Do Inst. Hist. e Geog. do RN.

Da Com. Norte-Riograndense de Folclore.

Da União dos Cordelistas do RN-UNICODERN.

Ass. dos Poetas Populares do RN-AEPP.

Do Inst. Hist. e Geog. do Cariry-PB.

Site: WWW.bobmottapoeta.com.br

E-mail: bobmottapoeta@yahoo.com.br

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Bob Motta
Enviado por Bob Motta em 18/10/2010
Código do texto: T2564077
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