CANTO EM SEIS

Trecho de cantoria virtual, empreendida na Metamorfose, Cordel e Poesia, onde constam somente os versos do poeta Sander Lee. Boa leitura.

Poeta ver a beleza

Do passarinho que voa

Do vaqueiro que aboia

Do pescador na canoa

Do rostinho da ninfeta

E do olhar da coroa

O meu cantar improviso

Inspirado na calenda

Na mitologia grega

No fantástico e na lenda

Na história de trancoso

Mas muito mais é na prenda

Canto o nascer da flor

Canto o pio da coruja

Canto igual o sabiá

Para que meu bem não fuja

Canto a Maria Fumaça

Canto o trilho que enferruja

Eu canto a festa de gado

Recanto a apartação

Canto a flor de laranjeira

Um girassol no Sertão

E canto a lua grávida

Iluminando o serão...

Já eu canto a bazuca

E a destruição que faz

Canto o ódio de Bin Laden

O inimigo da paz

Canto a morte do sem terra

A mira do capataz

A tv tem alto plano

Pra sua telenovela

Mas canto o mar verde-azul

Com o barquinho a vela

Canto o jumento estradeiro

Adornado com a sela

Eu canto a mulher, adrede,

Pro meu sonho embalar

O sorriso feminino

É que me faz poetar

E a sua fala suave

Lembra o murmúrio do mar

Eu também canto o renovo

Quando cai a chuva fina

Canto a brancura da praia

Canto o colo da menina

Eu canto Luiz Gonzaga

Canto os olhos da felina

Cantar é meu ideário

Seja noite, seja dia

Eu vivo sempre a cantar

Na tristeza, na alegria

No trabalho, no folguedo

Na raiva e na simpatia

Com esse canto me intrigo

Porque são cantores ruins

Dos que trocam seu cantar

Por reles amendoins

São diferentes de San

Cantando pra serafins...

Todo homem perde o sono

Sente dores de cabeça

Pode lutar na vanguarda

E antes que eu esqueça

Pode ser herói/bandido

Antes que a vida adormeça

E eu farei a canção

No epitáfio tocar

Que fale tanto de amores

Como de sonho lunar

Irei partir num versejo

Do jeito de improvisar

Eu já tenho refletido

Que o mesmo irei fazer

Comprar um sítio na terra

Que ensinou Zé Lins a ler

Quando me aposentar

Na natura irei viver...

Jesus Cristo, o alimento,

É quem dará a coroa

E no Reino Milenar

Só viverá gente boa

Pois o diabo será preso

Então o amor amontoa

Que é isso, Viana, oxente?

Isso é puro preconceito!

Pois pensei que o poeta

Tivesse melhor conceito

Não respeitar liberdade

É do ditador defeito...

Eu aqui do meu lugar

Dou-lhe um abraço forte

Porque gosto do humor

Sem restrição e sem corte

Em brincadeira e verso

Vive o caboclo do Norte

Estaremos a orar

Por pronta resolução

Esse pássaro cantor

O sensível Damião

Logo volta a encantar

O mundo com seu bordão...

Em nem tudo há bom fim

Porque nós somos humanos

Meta canta a liberdade

Nunca esteve em seus planos

Magoar os seus filhinhos

Nem lhes trazer desenganos...

Tá preso no coração

Dos seus amigos fiéis

Assim não teme tiranos

Nem patrões, nem coronéis

É Meta Metamorfose

O senhor desses anéis...

O poeta é passageiro

Da beleza nua e crua

Mas infelizmente ver

A sujeira que há na rua

Só que isso não impede

Dele namorar a lua

Esse bardo potiguar

Dissemina a beleza

Visitando as escolas

Declama a natureza

Dos poetas populares

Tem talento, tem destreza...

Quando da sua chegada

Nós iremos declamar

As mais belas poesias

Pro mundo admirar

Esse cabra cabeludo

Que é poeta potiguar

Hei de voltar pro meu ninho

Para abraçar meus queridos

Meus olhos irão chorar

Ao vê-los tão divertidos

Olhando uma fita verde

Nos meus cabelos compridos

Adiantei a idade

Pra votar no meu padrinho

Pois o cabra era um janota

Vestido de fino linho

Não deu outra: lá roubou!

Usou o mesmo caminho...

Eu a todos tenho dito

Que o Brasil é bom de bola

Porém o seu futebol

Deve mudar de escola

Pois há muito a destreza

Escapuliu da gaiola

Nosso futebol fecundo

Parece que esqueceu

Que na Copa é diferente...

Quando o time esmoreceu

Foi perdendo o equilíbrio

E não deu outra: perdeu!

Meu Deus queira socorrer

O brasileiro fiel

Sofreu tanto da Holanda

Bebeu laranja com fel

Por isso só torço agora

Na Seleção do Cordel