Lembrando Zé Limeira
Sou o verso do grande Zé Limeira
Na viola que o tempo não calou
Qualquer um que você já humilhou
Foi poeta de beco e bebedeira
Sou a morte na ponta da peixeira
Que arranca pra fora o fato seu
Sou a pena que o criador te deu
Sou um coice de jegue no seu peito
Você hoje me paga o que tem feito
Com os poetas mais fracos do que eu
Sou pior do que onça e jararaca
Eu mastigo o chucái da cascavel
E tentar me afrontar, mesmo em cordel
É igual dar murro em ponta de faca
Sou a morte que espreita quem ataca
Já lutei inté lá no Coliseu
Nunca ví banguela morder pneu
Nem poeta ruim cantar direito
Você hoje me paga o que tem feito
Com os poetas mais fracos do que eu
Quando eu chego e quebro o chapéu na aba
O leão se transforma num gatinho
Carcará fica igual a passarinho
E a brabeza de um touro se acaba
O castelo de qualquer um desaba
Até mesmo um Lampião correu
Dei um tapa na fuça que doeu
Pra poeta ruim botar defeito?
Você hoje me paga o que tem feito
Com os poetas mais fracos do que eu