QUEM É DO MEU TEMPO SABE DE TUDO QUE ESTOU FALANDO!!!
QUEM É DO MEU TEMPO SABE
DE TUDO QUE ESTOU FALANDO!!!
Eu ainda sou do tempo
Da gravata borboleta
Da calça boca de sino
Cabelão e costeleta
Da camisa volta ao mundo
Jipe, gordine e lambreta
A babá era mãe-preta
Que cuidava bem da gente
Kolynos ainda era a pasta
Com que se escovava dente
Brilhantina era glostora
Cama “faixa azul” patente
Pantera ou flamengo o pente
Que os cabelos penteavam
E a brilhantina ZEZÉ
Era a que os jovens usavam
Deixando-os tão reluzentes
Que a luz do sol brilhavam
As moças se maquiavam
Fazendo uma aplicação
De ruge em suas faces
Dando uma coloração
Usavam vestidos longos
Corpete e combinação
Também saia de armação
Contendo enfeite de renda
Sapatos do bico fino
De marca ou por encomenda
Que lhe apertavam os dedos
Causando uma dor horrenda
E pra que o jovem entenda
Eu relembro esse passado
Era com tinteiro e pena
Qualquer texto elaborado
Depois da caneta Parker
Ficou mais modernizado
O tempo era marcado
No relógio de algibeira
Depois chegou o Grão Duque
Marca Swiss estrangeira
Pobre só usava o falso
Vendido no meio da feira
Passei a infância inteira
Tomando calcigenol
E outro fortificante
Por nome capivarol
E no banho de cuia usava
O sabonete eucalol
Pra música ou pra futebol
Um radinho japonês
Com a pilha Rayovac
Ou Everedy talvez
Precisavam ser trocadas
Ao menos uma vez por mês
Esse relato me fez
Reviver a minha historia
Varias marcas de cigarros
Ainda guardo na memória
Belmonte, e Continental
Gaivota, Capri e Astória
E desses tempos de glória
Ainda sinto saudades
Esses produtos citados
Hoje são antiguidades
E junto com eles se foram
Nossas jovialidades
Carlos Aires 23/08/2009