HÁ CEM ANOS NASCIA VITALINO/NOSSO MESTRE DA ARTE E DA CULTURA!!!
HÁ CEM ANOS NASCIA VITALINO
NOSSO MESTRE DA ARTE E DA CULTURA!!!
Na Ribeira de Campos foi nascido
O tão nobre e completo ceramista
Que no barro tornou-se grande artista
E lhe faço homenagem, comovido
Esse título de mestre concedido
Não foi dado ao acaso ou por ventura
Se olhar para cada escultura
Que ele fez, saberá que foi destino
Há cem anos nascia Vitalino
Nosso mestre da arte e da cultura
Engrandece demais Caruaru
Ter gerado um artista desse porte
Sua arte aumentou e dá suporte
Sua fama nasceu com o boi zebu
E moldando no barro mole e cru
Transformando a argila em figura
Resultando em bela escultura
Com seu dote herdado Divino
Há cem anos nascia Vitalino
Nosso mestre da arte e da cultura
É do rio Ipojuca que tirava
Pra criar o cenário do seu clima
Esse barro que deu matéria prima
Para tudo que o mestre imaginava
E da mente tão fértil ele criava
Qualquer obra de bela formosura
As mãos hábeis faziam a estrutura
Como exemplo, um presépio natalino
Há cem anos nascia Vitalino
Nosso mestre da arte e da cultura
Era o barro sustento e profissão
Mas também possuía outros brilhos
Se juntou com amigos e com filhos
Fez da banda de pífano devoção
No talento um exemplo de artesão
Foi em vida uma humilde criatura
O seu corpo baixou à sepultura
Mas seu nome circula cristalino
Há cem anos nascia Vitalino
Nosso mestre da arte e da cultura
Seguidores fiéis por devoção
Que fizeram do barro seu negócio
Zé Caboclo também Manoel Eudócio
Ernestina tem participação
Foi no Alto do Moura a região
E o começo de toda essa aventura
Fazem parte dessa desenvoltura
Luiz Antonio Elias e Galdino
Há cem anos nascia Vitalino
Nosso mestre da arte e da cultura
O casal tão feliz tinha razão
De manter sua arte sobre os trilhos
Não foi mole criar dezoito filhos
Enfrentando sol quente e sequidão
Sem poder plantar milho e nem feijão
É impossível viver da agricultura
Só da arte a família se segura
Sem fugir desse solo nordestino
Há cem anos nascia Vitalino
Nosso mestre da arte e da cultura
Com o talento tão farto e abundante
Criou cenas bastante conhecidas
Que ainda hoje nas feiras são vendidas
Como o enterro na rede, e o retirante
Delegado prendendo um meliante
Um doutor, de um doente tenta a cura
Quando opera, depois faz a sutura
Mesmo estando abatido e franzino
Há cem anos nascia Vitalino
Nosso mestre da arte e da cultura
O marchante, o barbeiro o pescador
Tinha o carro de boi a farinhada
O palhaço, o vaqueiro a vaquejada
O fotografo o dentista o cantador
Trabalhando na roça o lavrador
Cangaceiro com faca na cintura
Lampião entre eles fez figura
Por ter sido o terrível Virgulino
Há cem anos nascia Vitalino
Nosso mestre da arte e da cultura
Dez de julho nos diz o calendário
Fosse vivo estaria com cem anos
Nosso Deus o levou pra outros planos
Muito longe ficou do centenário
O legado dispensa comentário
Sua obra é extensa e tem lisura
Badalado pela literatura
Esse artista completo e genuíno
Há cem anos nascia Vitalino
Nosso mestre da arte e da cultura
Carlos Aires 06/07/2009