CREPÚSCULO SERTANEJO...

CREPÚSCULO SERTANEJO...

Quando o sol no ocidente

Vai perdendo seu clarão

A noite baixa a cortina,

Negra da escuridão

Num crepúsculo majestoso

Tornando mais prazeroso

O anoitecer no Sertão

Causando grande emoção

Esse momento inverso

Os poetas se inspiram

Trazendo para seu verso

Beleza pura e constante

De cada ponto brilhante

Que surge no universo

Na inspiração fica imerso

Silencioso e soturno

Ao ver por traz da colina

Num momento taciturno

Quando na copa da mata

A lua da cor de prata

Exibe o brilho noturno

Pra quem tem habito diurno

Já está se aquietando

Enquanto a coruja triste

Dá seu grito agourando

Já se encontra agasalhada

No pátio, toda a boiada

Bem tranqüila ruminando

A mãe-da-lua acordando

Com seu canto de tristeza

O tatu sai do buraco

Procurando com certeza

Comida pra seu sustento

Mostrando o comportamento

Das coisas da natureza

E logo surge a beleza

Que nos traz a madrugada

A lua para o poente

Já se encontra inclinada

Enquanto para o nascente

Já quebra a barra imponente

Os raios da alvorada

Logo chega a passarada

Soltando os gorjeios seus

Somente os ignorantes

Os hipócritas ou ateus

Que ao descaso se limita

Ainda não acredita

Na existência de Deus

Não é nenhum semideus

Mas esse cargo ele almeja

Por enquanto ainda não

Mas logo espero que seja

De Deus amante e temente

Se vier passar com a gente

Uma noite sertaneja

Carlos Aires 11/04/2009

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 11/04/2009
Reeditado em 11/09/2009
Código do texto: T1534064
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