MINHA BOCA DIZ NÃO CONSTANTEMENTE / MAS MEU PEITO ESPERA ELA VOLTAR...
MINHA BOCA DIZ NÃO CONSTANTEMENTE
MAS MEU PEITO ESPERA ELA VOLTAR
MOTE DO POETA HIPÓLITO MOURA
(Glosas Carlos Aires)
Eu estava dormindo me acordei
Vi você tão feliz fazendo a mala
Eu estático fiquei quase sem fala
Criei animo então lhe perguntei
Se você vai partir o que farei
Sem ter mais a rainha do meu lar
Hoje vivo a beber de bar em bar
Já não passo de um ébrio infelizmente
Minha boca diz não constantemente
Mas meu peito espera ela voltar
Minha vida sem ela é uma tristeza
Minhas noites escuras e vazias
E tristonhos também são os meus dias
Hoje vivo momentos de incerteza
Não consigo esquecer sua beleza
Nem pra outra mulher arrisco olhar
Eu tentei, mas não posso apagar
Sua imagem gravada em minha mente
Minha boca diz não constantemente
Mas meu peito espera ela voltar
Ao casar-se comigo já sabia
Que havia casado com um poeta
Que tem vida inconstante e inquieta
Dedicando seu tempo a poesia
Mesmo assim sempre fiz o que podia
Dei carinho guarida e bem estar
Não pensava em jamais me abandonar
Mas você foi embora de repente
Minha boca diz não constantemente
Mas meu peito espera ela voltar
Tantas juras de amor que foram feitas
Tantos beijos e abraços foram em vão
Sem saber conquistar teu coração
Fiz promessas inseguras e imperfeitas
Implorei tua volta não aceitas
Mil recados mandei por celular
Por bilhetes cansei de te implorar
Ainda espero que volte brevemente
Minha boca diz não constantemente
Mas meu peito espera ela voltar
Minha tenda eu armei lá na estrada
Todo carro que passa fico olhando
Na esperança de ver você voltando
Passo o dia, à noite e a madrugada
Amanhece outro dia espero, e nada
De você dar sinal de retornar
Desanimo de tanto esperar
Vou ao bar encho a cara de aguardente
Minha boca diz não constantemente
Mas meu peito espera ela voltar
Muitas vezes eu finjo alegria
Mas por dentro estou me destruindo
A saudade malvada estou sentindo
Depressão, solidão, melancolia
Minha cama de um lado está vazia
E eu sozinho na hora de almoçar
Quando chega à hora de jantar
Estou na mesa sozinho novamente
Minha boca diz não constantemente
Mas meu peito espera ela voltar
Hoje o sangue corre em minha veia
Traz a ânsia a tristeza e o lamento
Sua imagem me invade o pensamento
Estou fazendo castelos de areia
Enrolado nos laços e na teia
Da paixão sem poder me desgrenhar
Vem querida, vem logo me livrar
Dessa Dor tão cruel e deprimente
Minha boca diz não constantemente
Mas meu peito espera ela voltar
Já tirei seu retrato da parede
Pra não ver seu sorriso de ironia
Nossa cama deixei e hoje em dia
Estou sozinho dormindo numa rede
Muitas vezes eu passo fome e sede
A saudade atormenta sem parar
Só pensando em ver você voltar
Passo horas sentado no batente
Minha boca diz não constantemente
Mas meu peito espera ela voltar
Carlos Aires 14/02/2009