MARTELO MALCRIADO (CARLOS AIRES X ELIZEU DE LIMA)
"VOU TE DAR UMA SURRA NO REPENTE
QUE TU MORRES DE VELHO E NÃO ESQUECE"
(CARLOS AIRES X ELIZEU DE LIMA)
( C )
Elizeu te prepara que eu cheguei
Bem disposto só pra te dar um tombo
Vou meter o chicote no teu lombo
E mostrar que aqui ainda sou rei
O que faço contigo eu já não sei
O castigo adequado que merece
Um poeta afamado ainda padece
Imagine um fedelho incompetente
Vou te dar uma surra no repente
Que tu morres de velho e não esquece
( E )
Carlos Aires, seu tempo já passou
Eu tomei sua fama e seu troféu!
Estás pobre, faminto e esmoléu,
Já não canta do jeito que cantou;
O talento que tinha, se esgotou,
Falta voz e a visão já se escurece,
Pra você, só caixão, e vela e prece,
Pois a vida que leva é deprimente...
Vou te dar uma surra no repente
Que tu morre de velho e não esquece!!
( C )
Um poeta da tua qualidade
De tão novo ainda chupa o dedo
Pra bater nesse velho é muito cedo
Pois não tem a menor capacidade
Nesse ramo eu sou celebridade
E quem tenta bater-me só decresce
Toma tento menino, me obedece
Pois bater em criança é indecente
Vou te dar uma surra no repente
Que tu morres de velho e não esquece
( E )
Sou bem rijo, ando esbanjando saúde,
Onde passo as mulheres ficam loucas,
As que eu já namorei não foram poucas
Encantadas com a minha juventude!
Já você, não tem pílula que lhe ajude,
Vai pra cama, mas deita e adormece...
Pouco a pouco o seu corpo desfalece
E a cabeça embranquece lentamente...
Vou te dar uma surra no repente,
Que tu morre de velho e não esquece!!
( C )
Pra o poeta novato eu aviso
Enfrentar-me é quase uma loucura
Não tem verve moral e nem estrutura
Pra que possa bater-me em improviso
Já pra que eu lhe bata só preciso
Dar meu grito e você já esmorece
Já gagueja suspira a lágrima desce
Pela face rolando afluente
Vou te dar uma surra no repente
Que tu morres de velho e não esquece
( E )
Teu juízo é fraco e muito lento,
Dá um passo pra frente e dez pra trás,
Inda quer pelejar contra um rapaz,
Que é poeta de verve e de talento!
O teu verso não dá nem pro sustento,
Com você o cordel só empobrece,
E a flor da poesia se entristece
Com esse teu versejar deficiente...
Vou te dar uma surra no repente,
Que tu morre de velho e não esquece!
( C )
Procurei por um grande cantador
Que tivesse talento e verve, um bardo!
Pra mostrar a grandeza do meu fardo
Dar vazão a meu estro e a meu valor
Mas o vento se fez de portador
Estropício assim ninguém merece
Um menino atrevido me aparece
Insultando esse velho competente
Vou te dar uma surra no repente
Que tu morres de velho e não esquece
( E )
Só conheço de Grande é o meu Deus,
Pois foi Ele quem deu esse meu dote
De cantar de improviso qualquer mote,
Nos procênios dos grandes coliseus!
Já seus versos não brilham como os meus
Pois lhe falta o valor que me enobrece!
Sua história é uma tarde que escurece,
O seu fim é já certo e iminente...
Vou te dar uma surra no repente,
Que tu morre de velho e não esquece!
( C )
Olhe aqui sujeitinho “amarelo”
Pra baixar esse fogo, eu lhe sugiro
Pois eu sou bom poeta e me inspiro
E os poemas que faço, o verso é belo
Se insistir eu aqui lhe desmantelo
Pois sou mal pra quem me desobedece
Só lhe aviso porque não me conhece
Se não sabe quem sou não me enfrente
Vou te dar uma surra no repente
Que tu morres de velho e não esquece
( E )
Meu martelo é forjado na fornalha
Dos vulcões dos titãs lá do Olimpo!
Meu cantar é sublime, belo e limpo,
Mas não sou de aturar cantor canalha,
Que ao invés de ajudar, só atrapalha;
Quer ganhar um valor que não merece!
Esse tipo de gente me enfurece
E eu nem gosto de ver na minha frente...
Vou te dar uma surra no repente,
Que tu morre de velho e não esquece!
( C )
Um poeta da tua qualidade
Tão pequeno, é insignificante
Malcriado imbecil ignorante
Desconhece amor e lealdade
Traz consigo o instinto da maldade
Tua estrela sem brilho escurece
O dom mau! E perverso permanece
Infiltrado em teu corpo e tua mente
Vou te dar uma surra no repente
Que tu morres de velho e não esquece
( E )
Você é um poeta sem talento,
É um barco sem vela nem motor
É um sol que não tem luz nem calor
É coluna sem pedra e sem cimento
É um pão sem farinha e sem fermento
Você nunca prospera e nunca cresce
É igual uma fruta que apodrece
E um rio que morre na nascente...
Vou te dar uma surra no repente,
Que tu morre de velho e não esquece!
( C )
Poetinha sem base e sem futuro
Se eu fosse você não me enfrentava
Para um lado o caminho desviava
Eu estou sugerindo, é mais seguro
Enfrentar-me é um tiro no escuro
Dirigido a quem se desconhece
Meu conselho, portanto prevalece
Se não pode comigo então nem tente
Vou te dar uma surra no repente
Que tu morres de velho e não esquece
( E )
Eu só sou “Poetinha” é na idade,
Pois na rima eu supero os veteranos!
Eu não temo ameaças e nem danos
De um poeta da sua qualidade!
Seu vigor já perdeu a validade,
Quer cantar, mas a voz não aparece;
Quem lhe ver versejar nem reconhece
Em você o cantor de antigamente...
Vou te dar uma surra no repente,
Que tu morre de velho e não esquece!
( C )
É melhor tu sair da minha mira
Pois aqui sou o dono do pedaço
Tu não faz a metade do que faço
Teu cantar limitado, é só mentira
E já está provocando a minha ira
Elizeu sai daqui, desaparece
Pois teu canto sem graça empobrece
Deixa o publico infeliz e descontente
Vou te dar uma surra no repente
Que tu morres de velho e não esquece
( E )
Carlos Aires, seu verme pustulento,
Não me venha com pose de machão!
Pois lhe faço beijar o pó do chão
E lhe deixo caído, ao relento!
Vá simbóra, seu velho rabugento,
Que o povo do orkut não mercece
Ver um besta que acorda e anoitece
Só fazendo poesia deprimente...
Vou te dar uma surra no repente,
Que tu morre de velho e não esquece!
( C )
Não se meta a ocupar o meu espaço
Ou será que ainda não entende
Tu não pode comigo então te rende
Antes que, todos notem teu fracasso
Não conheces a força do meu braço
E o meu brado é forte que estremece
Minha voz ecoando te enlouquece
E de medo já treme fortemente
Vou te dar uma surra no repente
Que tu morres de velho e não esquece
( E )
Seu castelo de areia não suporta
A braveza das ondas do meu verso!
Seu talento se apaga, submerso!
Seu coqueiro comigo se entorta!
Onde eu canto o seu barco não aporta,
Sua aorta obstrui e se enrijece,
Você tem um infarto e esmorece,
E nunca mais aparece em minha frente...
Vou te dar uma surra no repente,
Que tu morre de velho e não esquece!
( C )
Se tu pensa que é grande como eu
Eu sugiro, te olha no espelho
E ainda que escute meu conselho
Se conforme, que a luta já perdeu!
Ou será que você não entendeu
Que já teve o castigo que merece
Baixa à guarda Elizeu, e reconhece
Tua fama se foi pela tangente
Vou te dar uma surra no repente
Que tu morres de velho e não esquece
( E )
Te ouvir declamar é um tormento,
Não existe um cristão que te suporte!
Se quisesse cantar só por esporte
Eu até entendia o seu intento!
Mas tu que é mostrar que tem talento
E falar sobre o que tu não conhece!
Desse jeito, meu velho, tu merece
É um murro no mêi desse teus dente...
Vou te dar uma surra no repente,
que tu morre de velho e não esquece!!
( C )
Elizeu tu cantaste firmemente
Demonstrando grandeza e maestria
Só encheu de beleza a cantoria
É um mestre na glosa e no repente
Do meu lado não sei exatamente
Se meu verso atingiu a simetria
Mesmo assim eu cantei como sabia
Empatamos não houve ganhadores
Na contenda então os vencedores
Foram, o público a cultura e a poesia
( E )
Carlos Aires, poeta e grande amigo,
Eu lhe digo que estou muito contente!
Pelejar com um poeta competente,
Para mim, é uma honra e não castigo!
Até quis lhe vencer, mas não consigo,
Pois também tu és rei na cantoria!
Assim sendo, eu encerro essa porfia
Dividindo contigo os meus louvores...
Na contenda, então, os vencedores
Foram o público, a cultura e a poesia!!
Carlos Aires 08/02/2009