VOCÊ DÊXÔ UM BURACO/DENTO DO MEU CORAÇÃO...
VOCÊ DÊXÔ UM BURACO
DENTO DO MEU CORAÇÃO
Literatura de Cordel
Autor: Bob Motta
N A T A L – R N
2 0 0 9
Meu amô, derna do dia,
qui você num me quis mais,
perdi o sussêgo, a paiz,
de mim, fugiu a alegria.
Eu juro qui num sabia,
cuma é rim a solidão.
Se foi minha inspiração,
qui nem guiné, eu “tô fraco”,
VOCÊ DÊXÔ UM BURACO,
DENTO DO MEU CORAÇÃO...
Se você nunca pensô,
qui eu sofro cum sua ausênça,
bote in sua cunsciênça,
choro inté, cum tanta dô.
Meu barco disgunvernô,
cum a nossa separação.
A nossa disunião,
dêxô seu poeta um cáco,
VOCÊ DÊXÔ UM BURACO,
DENTO DO MEU CORAÇÃO.
Tá me dando um suó fríi!
O pranto qui eu tô chorando,
puro rosto, derramando,
tá quage fóimando um ríi.
No peito, eu sinto um vazíi,
farta o ar nuis meus purmão.
No sofrê dessa paixão,
tristeza sigura o táco,
VOCÊ DÊXÔ UM BURACO,
DENTO DO MEU CORAÇÃO.
Se você imaginasse,
a farta qui tá fazendo,
vortava prá mim correndo,
taivêiz nunca me dêxasse.
Se me dêxando, vortasse,
eu cumia in sua mão.
Isborrotava tezão,
lá dento do meu barraco,
VOCÊ DÊXÔ UM BURACO,
DENTO DO MEU CORAÇÃO.
Vô fazê uma promessa,
rezá prá São Serafim,
prá você vortá prá mim,
ligêríin, a tôda pressa.
E se acauso lhe interessa,
a minha decraração;
de nossa chamegação,
tá vazíi o meu bisaco,
VOCÊ DÊXÔ UM BURACO,
DENTO DO MEU CORAÇÃO.
Quando você foi s’imbora,
chorei qui nem u’a criança,
sem amô, sem isperança,
saluçando a tôda hora.
No meu peito isquerdo, mora,
de sodade, um caminhão.
Definhando de paixão,
eu fiquei prá lá de fraco,
VOCÊ DÊXÔ UM BURACO,
DENTO DO MEU CORAÇÃO.
Arrelembrando, querida,
dispôi do amô, a fadiga,
tenho sodade dais briga,
qui nóis tinha in nossa vida.
Dispôi da tua partida,
vêjo a dona inspiração,
transfóimada in emoção,
invadindo o meu barraco,
VOCÊ DÊXÔ UM BURACO,
DENTO DO MEU CORAÇÃO.
Meu amô, juro por Deus;
me sinto numa marmôrra,
se tu num quizé qui eu morra,
vorte para uis braços meus.
Uis meus zói qué vê uis teu,
daquele jeito pidão.
Prá você, cantei canção,
dispôi de chêrá tabaco,
VOCÊ DÊXÔ UM BURACO,
DENTO DO MEU CORAÇÃO.
Muié, será qui eu mereço ?
Tu fêiz um istrago danado,
e o poeta apaixonado,
arrivirô puro avêsso.
O meu peito era o teu berço,
teu cubertô, minhas mão.
Uis meus verso era um refrão,
qui nunca lhe inchía o saco,
VOCÊ DÊXÔ UM BURACO,
DENTO DO MEU CORAÇÃO...
Autor: Roberto Coutinho da Motta
Pseudônimo Literário: Bob Motta
Da Acad. de Trovas do RN.
Da Um. Brás. De Trovadores-UBT-RN.
Do Inst. Hist. e Geog. Do RN.
Da Com. Norte-Riog. de Folclore.
Da Um. Dos Cordelistas do RN-UNICODERN
Da Ass. dos Poetas Populares do RN-AEPP.
Do Inst. Hist. E Geog. do Cariry-PB.
E-mail: bobmottapoeta@yahoo.com.br
Sites:WWW.bobmottapoeta.com.br
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