CANTE A CIDADE QUE É SUA / QUE EU CANTO O SERTÃO QUE É MEU!

Eu não vou ignorar

Se seu tema é a cidade

Ostente a urbanidade

Cante a praça, cante o mar

Mas não me impeça cantar

A noite do céu de breu

Retirante que sofreu

O homem que não recua

Cante a cidade que é sua

Que eu canto o Sertão que é meu!

Pode cantar carnavais

A festa das lantejoulas

Os Tambores de Crioulas

Que eu canto os Festivais

Cantores fenomenais

Talentos que Deus lhes deu

Eu canto é o apogeu

Da cultura que estua

Cante a cidade que é sua

Que eu canto o Sertão que é meu!

Pode cantar Bossa Nova,

Que realmente é bela,

E para os jovens revela

Um tempo que se aprova

Mas o meu cantar comprova

Que o Nordeste sofreu

Influência do europeu

E no Cordel desjejua

Cante a cidade que é sua

Que eu canto o Sertão que é meu!

Cante a roda-gigante

E cante o show pirotécnico

Eu como emnemotécnico

Vou colocar num barbante

A poesia instigante

Só falando de plebeu

Fale de epicureu

Eu, de madrigal na lua

Cante a cidade que é sua

Que eu canto o Sertão que é meu!

Mote: Patativa do Assaré

Glosa: Sander Lee