NOITES SERTANEJAS...
NOITES SERTANEJAS...
O sol se encobre nos montes
Pra os lados do ocidente
A noite estende uma fonte
Com seu languido plangente
Traz mistérios e segredos
E nos galhos dos arvoredos
O passarinho se aquieta
E quando a lua aparece
Acende aflora e enriquece
A inspiração do poeta
Pega a viola e disserta
Tudo que lhe vem na mente
Sua alma está aberta
Seu peito está sorridente
Porque os raios da lua
Convida-lhe e insinua
Pra que cante uma canção
Para que seja descrito
Num versejar tão bonito
O anoitecer no sertão
Estende-se a longuidão
Nessas horas taciturnas
E em meio à escuridão
Algumas aves noturnas
Com seus gritos estridentes
Traz em momentos silentes
Os sons que tanto se almeja
O vento dá seus açoites
É assim que são as noites
Lá nas terras sertanejas
Velho peito hoje lateja
No amargor da saudade
Mas é bom que ora esteja
Pronto pra realidade
O tempo não nos dar tréguas
E hoje vivendo as léguas
Sinto amarguras sem fim
Esclarecendo esse fato
Precisei sair do mato
E o mato não sai de mim
Carlos Aires, 13/09/2008
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