OS DEGRAUS DA ESCADA DA VIDA...
OS DEGRAUS DA ESCADA DA VIDA...
Os primeiros dez anos é um degrau
O início da nossa escalada
É a fase inocente e engraçada
Alimenta-se de sopa e de mingau
Peripécia, apronta e o escambau
Mesmo assim ainda é paparicado
Com a vida não está preocupado
Pois tem roupa, calçado e comida
E na encosta da íngreme subida
Esse passo primeiro já foi dado.
O segundo degrau já está presente
E parece que até nos faz acinte
Passou dez, já caminha para os vinte
Está vivendo o período adolescente
A mudança no corpo bruscamente
Faz com que sua mente também mude
Normalmente é forte e tem saúde
Pra o futuro da vida já faz planos
Está na flor da idade e nesses anos
Floresce-lhe o vigor da juventude.
Dois degraus completou nesses trajetos
O terceiro agora já lhes pinta
Passou vinte caminha para os trinta
Esses anos de glórias são repletos
Seus estudos também já estão completos
Preparado está de tal maneira
A subir já começa na ladeira
E na estrada da vida dá seus passos
Otimista, não pensa em fracassos
Só espera os sucessos da carreira.
Três degraus completou na escalada
O afã ao progresso só lhe aumenta
Passou trinta, caminha pra quarenta
Está sólido na sua caminhada
A família está sendo bem criada
Os seus filhos começam a estudar
Desfrutando o lazer e o bem-estar
Pois já sente firmeza e solidez
E subiu o degrau mais uma vez
Está no topo chegou ao patamar.
São momentos de glórias e de meiguice
Está completo não vive a fazer planos
Está na fase dos seus quarenta anos
Acabou a ladeira: é só planície
As firmezas da sua superfície
Garantem-lhe a estabilidade
Os seus filhos não são em quantidade
Dois ou três mas já estão adolescentes
O futuro pra que tornem-se abrangentes
Ele investe com garras no estudo
E como os pais lhe fizeram, fazem tudo
Pra que tenham sucesso os descendentes.
Um bom tempo dura esse patamar
De uma vida de boa qualidade
De repente lhe dá uma vontade
De sair pelo mundo a viajar
E desfruta daquele bem-estar
A família também experimenta
Muito breve o velho se aposenta
Pois já sente o peso da idade
Sua vida já perde a qualidade
Os seus anos já passam dos cinqüenta.
O seu físico não tem mais resistência
A cabeça está branca e a calvície
Junto às rugas lhe mostram a velhice
Transformando a sua aparência
Marcha lento pra o fim da existência
Tudo dói quando deita ou quando senta
Distrair-se um pouco até que tenta
Logo ver que agora não dá mais
As alegrias de outrora hoje são “ais”
A tristeza lhe invade e só lamenta
Sua idade já passa dos sessenta
E os anos se tornam seus rivais.
Suas vistas estão ficando opacas
Pensativo em silêncio às vezes cala
Já sem forças e tremula está a fala
Suas pernas estão lentas e fracas
E se assusta ao lembrar-se das macas
E os leitos sombrios dos hospitais
E já teme os silêncios sepulcrais
Por sentir a saúde abalada
Já subiu e desceu a sua escada
E sem vida num túmulo o corpo jaz.
Autor: Carlos Alberto de Oliveira Aires
Carpina–PE, 24/05/2008
Contatos: euaires1@hotmail.com
(081) 3621-0948