MAR SEM SAL

Maria olhava fixamente para a lua minguante, se sentia um estrela no céu em chamas. E, ela percorria toda a noite que adentrava a madrugada até o nascer do dia, como se ela não fosse Maria.

No desejo ardente de querer o sol, ela se perdia, e renascia das cinzas sobre o chão bruto que lhe tornava vida no esplendor das águas, ela sim, era Maria, uma mulher feita de poesia, que bailavam como poeira no deserte de areias do nordeste imenso, sem sal, sem,comida, sem destino, sem vida, sim, lá estava ela no céu verde que o grito de água em seu barulho a despia e lhe levava, dizendo: "Sempre há um tempo que terra de ninguém o arco-íris sombriava o destino traçado na ferrugem que o coito das araras podia secar os rios, açudes, mares."

Maria, mulher pobre da caatinga, com filhos pequenos, sofria e chorava. Ela só queria ser da cidade, largar o remanso manso com destreza, seguir viagem para Marte, procurando os filhos que pariu, depois, o marido sumiu e, ela ia sentado sobre o carcará: Espera homem, que meu mar é sem sal!

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 10/05/2023
Código do texto: T7785215
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