A CASA NO MEIO DO NADA

Como se o anoitecer fosse tardio para o preâmbulo da chuva fina de outono que caia sobre a cidade nua como de fosse primavera sem luar; naquela noite chuvosa, encontrava-se Zak no interior da casa sem lados com pensamentos que vagavam pelo o universo onírico de um inverno rigoroso n’ala pensante, e sobre o chão frio de giz, a cerâmica do século XIX, o telhado despido para o céu, movéis coloniais, escrevendo encontrava-se Zak, assim, era sobre ele que como uma tormenta a noite adentrava a madrugada. No vazio, abriu-se as portas para a melancólica agonizante de uma tênue lembrança sobre a palavra ser e, no tapete mofado, úmida da noite deserta estava a rua coberta de árvores protegida por galhos e folhas secas, um singelo olhar pueril para a vida em lágrimas.

Zak olhava o tempo passar nas páginas da vida, o alento porque sempre foi acostumado ao imaginário, nele havia a verdade, mentiras eram ilusões de uma vida sem pensamento. Ele poderia ser ele diante dum rio deserto d’água corrente em poética morada chegando ao fim do lamento de tanto pensar naquela que sempre fora sua inspiração, Jocasta.

A chuva era fina, bem sabia ele, o vento frio que balançava as árvores era o mesmo que o cobria como um manto sagrado em dia crucificação no auto de vida em tristeza. Zak era a súmula da vida que vêm da vida num amanhecer gélido que despontava no ar duma aurora escondida no amanhecer frio. Era então esse amanhecer ainda chuvoso com memórias, de letra e música e cantar dos pássaros como um poema d’amor espalhado pelos cantos da sala de estar encharcada em rabiscos, escritos pelos cantos poéticos duma vida como estava na folha de papei marche, os sonhos profundos diziam versos pela tradução da madrugada com um poema:

Os olhos maldosos, fadigados, contidos

Perdidos na angústia perdida fazia parte

Da despedida errante dos invejosos místicos...

Estava, no meio do nada, a casa...

Eles eram as despedidas

Dos únicos que não sabiam da verdade...

Sobre a realidade da loucura

Da figura mágica que lá morava

Do que o único nutria a verdade, magia...

Mesmo a ser mal dado pela história

Que permanecia viva sobre a vida

Do que nunca esteve em cólera

Por causa dos invejosos

Assim fazia-se verdade.

Zak, era um homem profundo, sua sensibilidade aflorava quando as metáforas que ele mesmo produzia diziam o que não sabia explicar, o seu sofrimento que estava nas perdas da casa riscada por raios.

A sua história se passava exatamente dentro de uma casa, e as recordações eram lembranças de si próprio porque nele só havia a angústia momentânea da solidão, o desespero silencioso no prólogo e do epílogo de su’alma vivida em contemplação.

Aquele homem não existia por um período de tempo porque ele estava preso as lembranças no curso conciso de experiências nele descrito. Ele, na realidade era intencional desde criança até o presente, mas, agora em solidão, porém, vivendo com o deseja convicto de sua trajetória altiva, ele questiona.

Ele, era o prólogo narrativo, uma conversa com Deus para um epílogo conclusivo sem um Deus,

A história de Zall era uma densa poesia representando-o numa conversa dele com alguns personagens nele vividos; No entanto, havia três parceiros que ele chamava-o de amigos no seu consciente em triste torpor.

As conversas que Zall têm com seus amigos são discursos metafóricos sobre sua real situação, entretanto, essas conversas são paralelas enquanto passa o dia efêmero, tênue pela chuva que tornava-se melancólica pela situação e, às vezes, um diálogo contraído antes do surgimento da lua em meio a névoa sobre as campinas.

No prólogo existe Zall, um escritor romancista e poeta que aos 56 anos de idade encontrava-se apático com seu universo lúdico e muitas vezes telúrico com uma dor profunda n’alma que pouco embora fustigada pela perda de Jocasta, sua irmã mais velha, tornava-se espiritualista pelas descobertas. Então, pela narrativa, ele é um homem integro que ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, pela vida inocente.

Ele havia sido vitima de uma calunia e desejava libertar-se desse fardo por ser justo no seu modo de agir e pensar. Ele gosta de transportar-se para o sagrado em silêncio para julgar suas irmãos Eurásia, Pancrácia e seu tio Zemilo, pois, foi através de Eurásia que deu-se o princípio de sua luta contra as maldades. Por outro lado, encontra-se Leoni, sua cunhada que no passado arquitetou ao lado de Faride, seu cunhado, um plano desastroso para colocar Zak para fora de sua própria casa.

Todos eram manipulados por Leoni, uma mulher que sempre ambicionava a casa no meio do nada, onde encontrava-se o justo Zak, entretanto, Eurásia que o odiava, culpava-o pela morte de Jocasta, e começa a realizar seu desejo de vingança usando sua irmã inescrupulosa, Pancrácia e o déspota de Zenoni, homem oportunista e calculista que vive à mercê dos filhos.

Então, o Deus que Zak cultua, deixa-o sofrer sem responder porque ele deve sofrer diante do caos que ele passava, mas, todavia, todos fazem parte talvez do universo surreal do qual vivia os personagens centrais da história.

Sendo assim, o prólogo estabelece apenas as questões profundas da narrativa pensante do homem que habita a casa.e, não tentando ficar depauperado, languido, o homem começa a reagir concisamente contra todos, porém, em dados momentos, acometido de fúria interior, ele, o Zak começa a questionar Deus e cita Newton de Lucca num provérbio revisto:

“A voz do povo é a voz de Deus...Que povo? Que deus?

Aquele que beijou Stálin? O que delirou com Hitler? Ou o que soltou Barrabás?

- Será que Deus já não teria se enforcado em suas próprias pregas vocais?”

Na trajetória do Zak tudo será real com perdas e danos, mas, tudo será respondido no epilogo porque tornar-se-á uma evidência o que ele passa na sua trajetória de vida.

Eurásia é uma mulher amargurada que vive fora da realidade que unitária e coerente, pois nela não há verdade, casou-se com um militar que nunca correspondeu suas perspectivas, e seu sofrimento torno-a mercê das ignomínias, e seus quatro filhos míseros reféns das linguagens sem expressões coerentes com um dialogo sem lógica e sem retórica. Com a morte de Jocasta e com a liberdade subjetiva, ela tornou-se mais amarga por trazer em si mesma a essência maléfica de sua própria ofensiva de caráter pérfido.

Zak sentiu o vento frio o circundar diante do crepúsculo e sentou-se na sala de estar com seus personagens, lembranças e recordações de sua vida diante de situações problemáticas, que só podia ser resolvida através dos desafios pertinentes, foi-se o dia chuvoso adentrar a noite.

Os amigos de Zak chegam para visita-lo e ele fala, depois Norman responde por ser o amigo mais antigo e ter problemas semelhantes, então Zak responde ao amigo, e os outros amigos respondem a resposta de Zak. E, esses diálogos têm como debate o caráter de Deus, a justiça, justiça como princípio de tudo e explicações sobre a narrativa do sofrimento de Zak.

O pensamento mítico de todo dialogo que encontra-se em pressuposto sempre mostrar-se-á como suposições.

A razão do sofrimento de Zak nunca será revelada detalhadamente. Assim, o prólogo é concluído com o sofrimento de Zak que é abandonado por toda família por causa das maldades de Leoni e das mentiras de sua tia pérfida chamada Eurásia.

Depois, com o passar do tempo três amigos apareceram em sua vida para aconselha-lo, são eles Norman, José e Lucan, pessoas distintas que mostrar-se-ão importantes para Zak.

Todos seus amigos falaram do sofrimento humano, das condições da vida e em especial de Deus num discurso filosófico de perguntas e respostas em ciclos de vida correspondente ao passado, presente e futuro.

Zak estava pensativo enquanto os amigos conversavam, de repente, em um momento Norman expressou-se e ao mesmo tempo questionou Deus em detrimento ao sofrimento do amigo. E, todos fazem um novo ciclo de perguntas no exato momento que Zak se pronuncia dubiamente para esconder as suposições de seu sofrimento que passa com o ciclo de perguntas e respostas.

Todos estão num só pensamento sobre ações humanas e, a justiça de Deus começa a revelar-se. Pois, o sofrimento de Zak está deixando-se levar em um abismo de ressentimento causado pela ignorância.

De certo, Zak é o inocente da estrutura do pensar porque ele sempre foi bom. Assim, o argumento construtivo de toda narrativa se mostra diante do positivo e negativo operante em Zak por causa de sua tia.

Os amigos deixam-no a pensar e todos os fantasmas de Zak soluçam com o princípio do epilogo.

A montanha russa de emoções que a chuva molha o protagonista da história se perde no discurso voraz.

Ele, o Zak, não consegue reconciliar o que fizeram com ele, e de maneira justa questiona Deus porque a cólera ainda o fere no seu âmago, mas, seus familiares não existem mais, pois, sua tia morreu de cólera com seus irmãos e outros que foram sepultados no pensar.agora é o fato de se ter que põe-se sobre a ira de si mesmo em vão despertar.

Deus não orquestrou a injustiça, e ele depois de muito pensar no meio do caminho de chuva, ele, o Zak desperta do sonho que deixou-o perturbado pela revelação de paz e amor que estava sempre por vir. Então, ele percebe que Deus foi verdadeiramente justo. Sendo este justo, ele começa a buscar a justiça divina todos os dias e vencer obstáculos sem olhar para a casa no meio do nada.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 27/01/2023
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