A Bondade da Besta
Enquanto os ouvintes estavam para alarido, (carnaval, por exemplo) os meus ouvidos estavam para silêncio. Desrespeitoso, o zunzunzum de vozes dizia: "Sem delongas, o povo (brasileiro, leitor) não pensa nada, porque lava o cabelo todos os dias". Cabisbaixo, soliloquiei: "Destarte, o vazio e o oco formam parceria parasitária a lá carrapato grudado no lombo da besta".
O infeliz, sofrido Meio Ambiente foi implantado na Terra para alimentar, além do povo, tanto o ócio do oco, quanto o eco do vazio. Sem produzir um bago de arroz quebradiço, sequer, bebem, dormem, defecam, limpam a garganta e cospem no prato que comem. Se Cristo fosse um terráqueo nos dias de hoje, diria ao Criador: "Miraculosa, só pode ser obra miraculosa, meu Pai"!
Por suportar e alimentar toda essa manada de terráqueos, não há dúvida que a Natureza é realmente, uma rica e bondosa besta/fera natural.
- Até quando?
- Até nova precipitação nas águas do mar. A última de maior vulto, entre carros, gente, casas, juízes, construções e poliglotas, revirou as vísceras de mais de 400 mil.
A besta da Natureza não é tão bondosa e Deus não possui identidade brasileira, portando não é brasileiro, como os acomodados vomitam aos quatro cantos; e a qualquer momento, como fizera a reconstrução do limite territorial da Guatemala, as línguas de fogo descerão aos borbotões dos vulcões para lamber mais uma leva de usurpadores de seu capital.
Assim como os pés que vagam devagar chegam ao destino, mãos parcimoniosas que sabem esperar, sempre alcançam o fruto proibido. Acima de tudo, a paciência é uma dádiva - a caminho do suicídio coletivo?