VINGADORA
 
Ela andava nas entranhas da Terra, sempre sorrateira e em surdina, alçava seu vôo sobre a planície majestosa e verdejada, lugar aprazível por certo, mas, cheio de armadilhas e ciladas, naquele mundo inverso, nada libertava um aflito por aquelas paragens, do nada, da terra fértil, brotavam seres em forma de réptil, com grandes bocas dentadas. A Vingadora, ser de luz arroxeada, planava sobre as criaturas serpenteadas, lançando seu facho de luz abrasivo, que corroía os seres mortais em segundos, salvando por alguns momentos, um inocente pastor ou animal sem fúria. Pena que a Vingadora era um ser único. Naquele planeta perdido no Universo, resquício de um planeta azulado com tantas vidas em seus territórios, as poucas pessoas, hoje híbridas de animais e gente, foram se adaptando a viver entre plantas e água podre, combinação insana, nunca se soube como as terras verdejavam, depois da Era de Destruição e da chuva de cometas que arrasaram toda a Terra. Como alimento apenas raízes ácidas e amargas, que de quando em quando eram encontradas. A Vingadora  surgiu numa explosão de um meteoro, ninguém sabia de onde, as poucas pessoas que ainda existiam por ali, passavam os dias agradecidas, pois sem ela, há muito já teriam perecidos, viviam um momento por vez, o próximo passo em busca de alimento, poderia ser sempre o último, até quando permaneceriam vivos e quantas criaturas répteis ainda existiam, por quanto tempo ainda,  a Vingadora poderia salvá-los, ninguém tinha respostas, são mistérios a serem desvendados...
 
 
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 2016
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 23/02/2016
Reeditado em 23/02/2016
Código do texto: T5552546
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