Uma Inversão

Em tempos que não são os nossos, mas que poderiam ser. Relatamos o cotidiano de uma sociedade que era feminista, mas não como a revolução que conhecemos e sim como aquela outra tradição que moldou o que conhecemos como machismo. Anos em terras brasileiras, onde mulheres chegaram em caravelas e fizeram o que desejaram com os índios espadaúdos encontrados no território tupiniquim. Pulando aquelas etapas de colonialismo, império e repúblicas, imaginando que as peças foram, trocado e tivemos uma rainha menina crescendo e fazendo parte de uma maçonaria de fêmeas, fazendeiras que colocavam escravas no tronco e bolinavam com os escravos e por aí vai, chegando a grandes nomes de mulheres do exército.

Nos dias de hoje, ainda que os pobres homenzinhos, tentem se engajar e buscar lutar por seu direitos. Continuam ganhando menos e sofrendo com os maus tratos por parte dessas fêmeas. Veja o caso de um menino comum, que cresceu e desejava não mais brincar com seus bonecos e se apossar de carrinhos. Angustiado por usar calças e nunca poder usar uma saia. Fora que as mães incentivam as filhas a saírem com vários meninos, deixando-os por aí, sem o mínimo de assistência. Não engravidavam por causa da pílula e os garotos se sentiam usadas, alguns relatavam na polícia agressões, embora a delegada fizesse pouco caso. Mesmo com a lei Zé da Penha, as injustiças continuam a afetar o sexo frágil.

Diziam que lugar de menino não era na escola. Cresciam sendo domésticos, cuidando dos filhos, que quando nasciam homens, eram educados dentro dos mesmos costumes. Deveriam esconder o pênis, enquanto filmes mostravam bocetas a rodo e mulheres andavam com peitos de fora, enquanto homens lutavam por um topless. Existiam casos de depressão, suicídio, reações com conflitos graves e alguns casos que se destacavam, conseguindo quebrar o tabu. Agora um homem conseguiu chegar ao cargo de presidente da república, demonstrando que a coisa tem mudado, embora as estatísticas ainda demonstrem grande adesão ao chamado retrocesso.

Durante um almoço de família, a mãe comentava feliz, que a filha havia já pegado geral por ali. Um menino reclamou que a menina havia segurado seus bagos sem o seu consentimento. O pai disse que tomaria providências a respeito. O estupro de homens ainda é uma prática comum. Muitos deles são atacados e quando o órgão não levanta, são espancados e muitas vezes introduzem objetos em suas cavidades anais. A polícia começa a receber entre seus membros, mais pessoas do sexo masculino, o que demonstra uma evolução ao longo dos séculos. O atual presidente diz que vai modificar esse quadro de desigualdade e que ele é o exemplo de um mundo em mudança. Debates tem sido disseminados e a internet tem contribuído para o aumento de movimentos que lutam em defesa da opressão contra o homem e desse feminismo bárbaro.

Noticiado em um programa televisivo da semana passada, o caso de um homem que reagiu, depois de anos de agressão. Após várias denúncias, fez justiça com as próprias mãos. Autoridades pedem que as pessoas não cometam esse tipo de ato, já que contraria o princípio de justiça e faz com que a vítima se torne um criminoso. Escritores famosos tem alimentado o mercado literário com obras impressionantes, relatando inclusive épocas em que homens não podiam escrever e que alguns nomes na história foram revolucionários, ao seguirem adiante, com belos romances e contribuições que hoje são objeto de pesquisas acadêmicas, não apenas dr homens que buscam esse resgate, mas de uma nova geração de mulheres que procuram unir-se a essa nova mentalidade.

Um escândalo tem sido a afirmação de alguns que dizem que Deusa é homem, que na verdade o nome seria Deus e que Jeovahna é Jeovah. Mulheres ateístas dizem que o gênero da divindade não importa, já que não passa de uma fantasia. Rabinas, mulçumanas, católicas, pastoras protestantes, mães de santo e todo tipo de autoridade religiosa tem manifestado preocupação diante das crises que tem ocorrido pelo mundo civilizado. A papisa argentina, Francisca, diz que continua rezando por todos. Homens continuam sendo obrigados a usar burca e muitos são sequestrados e mutilados, com o membro sendo decepado ou ocorrendo os corriqueiros apedrejamentos. Alguns líderes ligados a centrais sindicais, encabeçam movimentos exigindo o direito de vasectomia, já que nem todos desejam procriar. Muitos argumentam que o aborto foi aprovado há tempos e que agora é hora de olharem com mais clemência para sua situação. Membros do congresso dizem que irão tentar rever o assunto. Mas como o legislativo é quase cem por cento composto de mulheres e a religião continua dizendo que o homem não pode tentar alterar os desígnios divinos, tudo indica que mais uma vez essa reivindicação será arquivada.

O livro sagrado das cristãs, indica que o homem Adão, traiu Eva, após ter sido concebido a partir da costela de sua esposa, que foi feita imagem e semelhança da Deusa. Como castigo pela mulher ter atendido ao homem, sofreu com a menstruação e o parto e o homem deveria se sujeitar a ela, já que além de traidor, não poderia conceber uma vida. A cultura do homem inferior se instalou e perpetuou ao longo da história humana, criando esse abismo de gênero que tenta ser combatido a partir da ciência moderna e avanços na mentalidade da sociedade. As filósofas gregas ainda servem de grande referência ao Ocidente, líderes mundias como a Dalai Lama e a Papisa, procuram fornecer aos homens o seu apoio, apesar de até hoje não ter existido um Dalai Lama e nem um Papa, apesar de lendas a respeito divulgadas em determinadas épocas. Frases como, “lugar de homem é na cozinha”, ainda habita o imaginário popular e gerações disseminam essa cultura retrógrada, apesar de tantos avanços terem ocorrido ao longo da história. O homem visto como mero objeto, posando nu em revistas femininas e deixando os acetes salientes no carnaval, reforçando a ideia de que homem é só piroca e nada mais, denegrindo os progressos feitos por machistas contemporâneos, que tentam mudar essa imagem de fálica atribuída ao sujeito, que a própria Sieglinde Freud, psicanalista famosa, criadora da forma de análise que se baseava no Complexo de Electra e que se desenvolveu a partir do século XIX. Eis o mundo em que vivemos.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 05/02/2015
Código do texto: T5127042
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