O Marombeiro

Evandro era o cara. O sujeito se amava. Era daquele tipo narcísico que se pudesse comia o próprio cu. Ficava horas se admirando no espelho. Uma vez falaram que era viado, mas ele rebateu dizendo que se tornou um metrossexual. Mas um amigo comentou baixinho, que o que tinha de metro era a vara que ele agüentava receber. O fato é que o sujeito, desde de tenra idade, começou a tomar anabolizantes, as chamadas bombas. Usava produto para cavalos, bois, cachorros, só humanos que não fazia questão de experimentar. Seus músculos cresciam cada vez mais. Ia para a academia levantar ferro e dava cada grito que parecia ter perdido as pregas. Se tornou viciado em malhação e usava aqueles shortinhos miúdos e ridículos, que apertam as bolas e entram no rego do candango. Chegava em casa e comia feito um jumento. Quando saía com as mocinhas, gostava de usar camisetinhas que exibissem seus dotes. Podia estar frio, que ele andava sem camisa ou com aquelas camisetas com decote em V. “V de Viado”, alguns recalcados diziam.

Mas algo começou a ocorrer e deixou Evandro intrigado. Seu pinto estava encolhendo. Achou, inicialmente, que por ter feito os músculos crescerem, o pinto continuava do mesmo tamanho, mas em proporção a nova massa corporal, parecia menor. Isso acontece em filme pornô de anão. As pessoas acreditam que o pau do anão é grande, só que se colocassem esse mesmo pinto no corpo de uma pessoa de estatura mediana, ficaria proporcional, é o corpo pequeno que faz o pau parecer o de um jumento. Mas Evandro, percebeu que estava diminuindo cada vez mais, nem conseguia pegar no bicho na hora de mijar. Tinha que fica caçando. Comprou um óculos com lentes de aumento e em certa ocasião utilizou uma pinça para segurar a cabeça do mini caralho e acertar a privada. E ocorreu a tragédia. Seu pinto desapareceu. Não que tivesse virado uma vagina ou algo do tipo. Sumiu mesmo. nem com um microscópio que pegou emprestado com um nerd conhecido seu, conseguiu ver vestígios do seu bilal. Começou a chorar a associou o sumiço ao exagero dos anabolizantes. Muitos já haviam alertado sobre os riscos de ingerir esse tipo de substância. Seu mijo não saía mais.

No hospital, internado, foi submetido a todo tipo de exame. Seu organismo funcionava bem. Os médicos viram que o mijo se acumulava nos músculos e que se continuasse assim, iria explodir de tanto acumular urina. ninguém soube explicar porque o pau dele sumiu. Reduziu o consumo de líquidos e foi submetido a uma cirurgia, que abriu um dos músculos e fez com que o mijo saísse todo. Logo seus braços e pernas murcharam e ficaram flácidos. Pensou que isso fosse fazer o pinto reaparecer. Mas isso não ocorreu. Saiu do hospital decidido a voltar para a academia. Voltou a malhar sem parar. Acumulou mais urina nos músculos e voltou a ser um monstro. Desolado, resolveu dar o butão. Arrumou um outro marombeiro para o enrabar. O cara socou com tanta força que o caralho dele atravessou e saiu na parte da frente do Evandro, onde deveria estar o pinto dele que havia sumido. Ficaram grudados, feito cães que trepam pelas ruas. Foram levados para um pronto atendimento e lá separados. Mas a fama correu a cidade e Evandro acabou tendo que se mudar de país.

Já adaptado a uma nova realidade, com seus vinte e um anos de idade, continuava sua vida de marombeiro. Um dia sofreu um infarto e conseguiu sobreviver. Em seguida vieram a falência renal, e o fígado que estava comprometido. O que o fez optar por uma última apresentação, onde desejava bater o recorde em levantamento de peso e falecer ali mesmo, em um ato heróico. Se preparou para esse dia, treinando todos os dias e explorando ao máximo a sua força corporal. A família dizia para desistir do seu sonho, mas ele não desanimava. Evandro vivia de mesada dos pais e já havia largado os estudos fazia algum tempo. Chegado o grande dia, vestiu sua roupa mais cara e chamativa de academia e foi para o evento. No caminho, o pneu do seu automóvel furou. Não se desesperou. Procurou gastar o mínimo de força possível ao realizar essa pequena tarefa. Ao resolver comprar um copo de água, pois suara trocando o pneu, escorregou nas fezes de um cão e caiu no chão, ouvindo o estalo da perna, que parecia ter se quebrado. Ao tentar se levantar, fora atropelado por um motoqueiro que havia se distraído espirrando. Seu velório contou com a presença de poucas pessoas e o caso foi comentado por alto em uma reportagem sobre índices de acidentes de trânsito. O legista estranhou ao fazer a necropsia, por não encontrar o bilal do morto. Mas já tinha visto tanta coisa na vida, que preferiu fazer logo o seu laudo e deixar que os familiares resolvessem esse mistério. Por vias das dúvidas, bateu uma foto e postou em um site de imagens bizarras.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 19/03/2014
Código do texto: T4735808
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