A Mulher da Xavasca Que Piscava

Lorrayne foi uma menina de infância tranquila. Sua educação menos rígida, possibilitou maior liberdade. Aprendeu a expressar sua opinião. Gostava de brincar com os meninos, pois considerava as brincadeiras das meninas chatas. Seguia sua vida de forma descontraída. Nada de repetições escolares. No máximo alguns conflitos por expor sua forma de pensar. Mantinha-se virgem, ou seja, era cabaça. Resolveu que só faria sexo quando alguém lhe despertasse o desejo e ao mesmo tempo atendesse suas expectativas românticas. Já adulta, após cursar a faculdade e fazer parte da equipe de uma promissora empresa, algo inusitado lhe aconteceu. Acordou um dia, como de costume, com aquela vontade noturna de ir ao banheiro. Quando estamos deitados, a preguiça pede que esperemos a vontade passar. Mas em certas horas, a gente não agüenta e precisa fazer o corpo se erguer e ir aliviar-se. estava com tanto sono, que fez seu xixi e voltou para a cama. Foi quando se deparou com algo que a faz se surpreender de fato. Sua xana piscava. Mas não era uma piscadinha de leve, parecia a entrada de um motel que avistamos na rodovia, quando rodamos à noite.

Aquela havia sido uma noite de tormento. Lorrayne acendera as luzes, tentando de alguma forma diminuir o impacto daquela luz que acendia entre suas pernas. Mas nada adiantava. A mãe foi acordada e ao sair do quarto, pensou que a menina que estava com uma lanterna colorida ou algo do tipo embaixo da camisola. Quando ouviu o relato, procurou esconder a evidência do pai e no outro dia levou a filha ao ginecologista. O pai notou a ausência da moça no café da manhã. A mãe deu uma desculpa, dizendo que havia passado a noite resolvendo assuntos de trabalho e acabou adoecendo, com dores de cabeça e ambas iriam em um neurologista ver se era enxaqueca. A mãe tinha uma supeita. Sabia que a filha era mulher feita e que tinha suas necessidades. Imaginava que a moça devia ter introduzido algo, como uma lanterna, para tentar aplacar o desejo que ela conhecia muito bem, e que a coisa ficara presa e por vergonha, decidiu inventar aquela estória mirabolante. Pediram um táxi e foram sem conversar até o local da consulta, que foi paga em dinheiro, para ter o atendimento priorizado. A moça vestia um roupão pesado, apesar do calor, para que nem uma resta de claridade pudesse atravessar a indumentária.

Chegando ao consultório, logo foram atendidas. Explicada a situação, primeiro com a moça na sala e depois uma conversa a sós da mãe com o médico, ocorreu os exames. O médico faltou virar a moça ao avesso. Pediu inclusive exames. Nada registrava qualquer objetivo naquela vagina. O que intrigou o especialista que comentou do caso com amigos e encaminhou a paciente para um centro de referência ginecológica. Tudo quanto é tipo de exame, foi feito. Agora o pai havia sido informado sobre a situação, já que imaginavam se tratar de algo além do entendimento humano. Um padre, que era amigo da família, foi chamado para dar algum conselho. O sacerdote, com sua vivência, comentou que muitas pessoas que conhecera, se dedicaram ao celibato, mas que não era algo para qualquer um. E disse mais. Comentou de forma categórica, que aquela viçosa moça, talvez precisasse perder a virgindade. O pai fez cara de discordância, pedindo que o ancião repetisse o comentário, fazendo-se de desentendido. O padre, indo direto ao ponto, disse que se tratar de cabaço, ou melhor, da necessidade de perdê-lo.

A medicina entregara os pontos. As receitas mais mirabolantes vindas imaginário popular, foram aplicadas. Lorrayne não deseja se entregar assim, sem mais nem menos. Uma vez esqueceu, e saiu de roupa mais clara. Ficou conhecida como “Xá Pisca-Pisca”. Desesperada, colocou anúncio em jornal que dizia, “Moça, solteira e de boa aparência, nível universitário e virgem, necessita de homem com qualidades especiais para deflorá-la”. As palavras foram escolhidas pelo pai, que imaginou, que se colocasse algo com mais pompa, atrairia candidatos mais sérios. Depois de muitos trotes, encontros desmarcados por o sujeito não comparecer ou ela ter visto o candidato de longe e não ter se interessado, eis que surgiu a pessoa certa. Bráulio era o nome do sujeito. No início, consideraram um nome um tanto quanto pitoresco e até mesmo impróprio. Mas o rapaz se mostrou de bela aparência e com muita educação e bons modos. E o mais importante, ele também era virgem. O padre, que deu a ideia, celebrou uma cerimônia simples. Logo os noivos foram para a lua de mel. Se hospedaram um chalé da família. Estavam de luzes apagadas e iniciaram os beijos. Foi quando Lorrayne se despiu e aquela luz ressurgiu, quase cegando o pobre do Bráulio, que se sentiu em uma boate, com aquele pisca-pisca incessante. A moça explicou sua situação, e o rapaz, compadecido e de pau duro, resolveu ajudar a pobre criatura. Tiveram uma noite de sexo, que a moça até pensou, em um pequeno momento, que Bráulio não parecia inexperiente.

Mas pasmem. A boceta de Lorrayne — desculpem a expressão, mas nessa altura do campeonato, já cabe esse adjetivo —, não parou de piscar. Na verdade parou. Mas ela percebeu que quando queria mais sexo, a sua xana voltava a piscar e ainda com mais força. Bráulio estava magro e com o pinto esfolado. Desesperado, pediu o divórcio. Os pais não sabiam mais como proceder. Lorrayne recebia, pelo menos, dois homens diariamente para fazer sua xana apagar. Acabou se mudando para um apartamento próprio, onde podia receber seus convidados, sem muito alarde. No início precisou se mudar algumas vezes, pois os vizinhos a acusavam de prostituição. Mas ela, serena, dizia que não cobrava por aquilo. O que chocava ainda mais as pessoas. Em uma dessas noitadas, acabou engravidando. A criança nasceu saudável, mas com uma curiosidade, a pele brilhava, feito purpurina. Parecia um daqueles vampiros da série Crepúsculo. Era um menino, que cresceu bem disposto e com a pele brilhante, o que chamava a atenção de todos. A mãe continuava precisando de auxílio para apagar sua xavasca. Acabou descobrindo depois, em uma ocasião em que resolveu fazer sexo anal, que seu cu também passou a piscar e agora precisava levar na frente e atrás para dormir sem aquela iluminação de discoteca.

Seu filho, adulto, não suportou a situação da mãe e foi viver longe de casa. recebera proposta para trabalhar em filme de Hollywood e mandava sempre uma boa quantia para sua genitora. Mas, Lorrayne, após todo aquele sofrimento. Havia passado a morar em um bordel e agora passar a cobrar pelos serviços. Homens disputavam para ir para a cama com ela. A dona do estabelecimento mudou o nome do loca, que era “Zona 13”, para “Xana Iluminada”. A freguesia aumentou consideravelmente e Lorrayne tinha o privilégio de escolher os clientes. Foi sua condição ara ficar ali, já que não dependia tanto daquele dinheiro. Recebeu proposta para fazer filme pornô e aceitou, sendo que o longa metragem erótico, tinha que ser visto com óculos 3D, para aumentar o efeito que a xana iluminada causava. Acabou adoecendo e o filho fez as pazes, depois de anos. No enterro, a xana de Lorrayne finalmente parou de piscar, e claro, o cu também. Em sua homenagem, a dona do prostíbulo, comprou uma pequena lanterna colorida, em formato redondo, que mudava de cor e ficava piscando e a colocou em cima da defunta, na direção da sua xavasca, como forma de homenagear a falecida. Ninguém protestou, e o caixão foi lacrado e enterrado assim, com esse utensílio extravagante. O padre e os pais já haviam morrido, seu enterro foi de pouca gente. O filho e a nora, alguns poucos amigos e o bordel em peso. No epitáfio, deixaram escrito, “Aqui jaz, uma pessoa que brilhou na vida”.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 15/03/2014
Código do texto: T4729660
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