O Cetro Amaldiçoado

Estava eu caminhando pela estrada escura quando vi uma enorme luz gigantesca vindo em minha direção, foi então que percebi, era a estrela do sul que vinha com toda força destruir meus pensamentos e então quando parei de pensar lá estava ele, o monstro azul do lago Boecher que tinha mil tentáculos e uma grande coroa vermelha que dizia escrito "soum aolo xum". Até o dia em que fui embora do reino não havia descoberto o grande segredo da rainha Galema que me foi tão alegre buscar na casa de meus avós. Assim tudo ficou bem.

Quando pude fazer jus à toda sua pomposidade em minha alma declarei luto pois sabia que aquela não seria a última vez que veria o grande deus Malgroar inclinado por sobre as montanhas ao horizonte, e mais uma vez o sol surgiu na noite de Alaoim, para nossa alegria.

Quando nos vimos aproximar do lago Eileoain, um som veio com toda sua intensidade. Era uma baleia com mais de 200 metros de comprimento, que vinha nos agraciar com toda sua beleza e majestia. O que deseja, ó baleia majéstica? Nada desejo, vim apenas agraciá-los com minha beleza e majestia. Então com nossa licença, a grande baleia dos sete mares se foi, balançando as águas do lago eterno.

Até dois dias depois ficamos vagando pela terra de Oipamo com a mulher de Popoli atrás de nós, nos perseguia pois desejava à todo custo o cetro amaldiçoado. O cetro nos havia sido dado pelo grande rei de Oiomiera como agradecimento pelo grande feito, por termos salvo sua bela filha Miaoor das garras do monstro infernal, o todo poderoso Xiiual. Às vezes tenho medo de que sua ira e sua raiva faça mais uma vez chover estrelas por sobre nossas cabeças. A destruição de Elomar jamais seria vingada e eu não estava disposto à sofrer esse risco.

Um dia de caminhada pelas planícies, nos deparamos com o castelo Iupal, desde que saímos do grande lago. Encharcados de temor e totalmente arraizados naquela terra imunda sob nossos pés, eis que erguia-se das profundezas o demonio astral Oppoai, aquele que tinha sobre a mão esquerda a grande estátua do Monte Cristo, aquele que nos salvou da catástrofe iminente de 1092.

Sempre havíamos sido bem recebidos naquelas terras, mas então, naquele momento, desejávamos nos despedir da tripulação. E foi o que fizemos. Partimos sozinhos, desta vez em direção ao monte Ural onde nos esperava uma bruxa horrenda com seus 20 dentes de ouro e suas unhas afiadíssimas.

Mal passava da meia-noite, e os mortos já se levantavam de suas tumbas em busca do nosso sagrado sangue azul. O que tinha de mal nisso, se não fosse o cogumelo envenenado que logo encontraríamos no bosque de Osuuna? Após nos alimentarmos muito bem no descampado, resolvemos seguir ao norte para que pudéssemos ver a aurora astral.

Um espetáculo de cores e sons nos aguardava nas colinas. Peguei a jangada e atravessei sozinho o rio Idiak, deixando os outros para trás. Não me arrependi, apenas segui em frente com meus próprios ideais, e sem jamais esquecer de meu sonho.

Quando me aproximava de Belaim, eis que surgiu das trevas o fantasma do senhor Ouivale. Solicitando que lhe entregasse o cetro maldito, não fiz o que desejava, mas larguei o cetro dentro do poço sem fundo que se encontrava a 200 milhas daquele lugar. Até a distância de 20 metros vi a luz do objeto reluzindo em meus olhos, então sumiu para toda eternidade.

Enfurecido, o terrível espectro engoliu toda a atmosfera do planeta. Somente escuridão, e um som terrível dali surgiram. Senti-me esmagado, totalmente destruído com aquela força descomunal. O terror apareceu. O terror mais temido de toda a humanidade. O pior pesadelo de todos os tempos. Ele, Oiuysam.

Antes que acabasse com a força vital de meu planeta decidi então jogar-me no interior do poço sem fundo em busca do grande cetro amaldiçoado. Saltei sem pensar duas vezes, e eis que mil pés debaixo d'água eu me encontrava, sem poder respirar, escuridão eterna nas profundezas do poço.

Nadei por quase 3 horas sempre buscando o oxigênio das plantas Miriaide que habitam o local. consegui milagrosamente escapar das garras do monstruoso polvo demonio, aquele que a todos engole. Passei pelas fendas da caverna submarina com suas algas sem fim e com as suas monstruosas estalactites e estalagmites. Cheguei então à superfície. Eis que surgi na superfície das águas calmas do lago Iuoma, o lago congelado.

Tremendo de frio, saí daquelas águas frígidas, dando de cara com o colossal Viuom, o monstro de quatro cabeças habitador da neve. O vento rugia e com minha espada já enferrujada lhe penetrei profundamente a lâmina em seu peito de neve, destruindo-o por completo.

Cansado, fatigado, já com o coração na mão, busquei minhas forças nos novos ares daquela nova terra, uma terra coberta de gelo onde tudo brilha com o mais puro branco. Fugindo da tempestade, encontrei uma pequena cabana no meio do nada, e lá não havia nada nem ninguém, apenas um abrigo contra o frio inacabável ao qual eu havia me submetido.

Na noite seguinte, decidi que precisaria fugir daquele local, antes da terrível procissão do Monte Veli, pois teria que me esconder antes que ultrapassassem a fronteira oeste, que pelos meus cálculos, encontravam-se a 309 quilômetros de onde eu estava.

Mal amanhecia o dia, e juntei meus trapos. Parti para o leste, para o extremo leste, em direção ao grande cânion da medusa. De lá, tentaria pegar o próximo bote para minha terra natal. Mas não foi assim. No caminho fui parado por um viajante perdido, que me perguntando por um tal de Wuyak, me deu uma pedrada, me deixando imobilizado por não saber do tal referido. Fugiu levando meus pertences, inclusive o grande cetro maldito.

Foi então, naquele momento de desespero total, sem o cetro, sem minha espada, sem meus pertences, sem nada, pensei na morte e no fim de tudo. Foi então que diante dos meus olhos surge a grande deusa Miríame. Pegou em minha mão e disse que tudo ficaria bem, que o cetro seria retornado ao seu dono original e que a minha terra natal ficava a pouco menos de duas horas dali.

Aquele momento me encheu novamente de forças, as quais eu utilizei para atravessar o grande deserto de Myyako e encontrar minha terra natal. Eis que tudo ficou bem, como a grande deusa predisse.