COLETÂNEA DE MICROCONTOS (policial) alguns amigos recantistaa vão se achar por aqui

 

 

I - A GATA BRANCA

 

Lúcia tinha sete gatos, mas, a Luna branquinha fora a sua primeira adoção e, era a preferida dela, mesmo que jamais fosse confessar isso. A quarta-feira acordara nublada e fria, Lúcia sentia um certo aperto no peito, como se a brisa lhe estivesse enviando um aviso. Só que ela não poderia imaginar o quanto de verdade tinha naquele pressentimento.  Logo que a tarde bocejou, um ladrãozinho meia boca, pula o portão e foge levando a sua Luna, os outros gatos miavam e o barulho insistente chamou a atenção de Lúcia, que estava absorta deitada na rede, lendo um livro bem interessante. A pobre até chegou a ver o rapaz branco e franzino, de boné verde, fugindo pela rua. Gritou, pega ladrão! Pega ladrão! Mas, ele tinha energético nas pernas. Lúcia deu parte na delegacia, apesar de achar pelo ar de riso do delegado, que ele não faria nada, ele tinha coisas maiores para se preocupar, só que para ela, Luna era da família, como se gente fosse, Lúcia estava desolada. A noite chegou e ela estava aflita e os seus outros filhinhos de quatro patas, até perderam a fome, saudosos da amiga. A madrugada já quase invadia o dia, quando uma policial e mais dois meganhas, batem à porta de Lúcia com Luna embrulhada num lençol, a felicidade voltou para aquela casa. Um dos policiais trazia algemado, o rapaz do boné verde, completamente arranhado rsss......é...Luna não vendera barato o seu sequestro.

 

 

II - O SARAU

 

Isis e Terreza declamavam poesias, no sarau da Praça das Mercês, de repente Albuquerque se levanta do banco de pedra, gritando aos quatro ventos que aquilo tudo era uma palhaçada, o que incomodou todas as outras pessoas, que estavam encantadas com o evento. Bem do lado direito da Praça, tinha uma guarita, onde o policiais Olavo e Antonio Souza se revezavam, um deles ficou e o outro tratou de tirar Albuquerque de lá, o pobre já tinha bebido demais e, ainda era de manhã, uma noite no chilindró resolveria o problema. A calmaria voltou e o sarau, seguiu emocionando as pessoas na praça.

 

 

III - ALERTA CANINO

 

Os cachorros dos casarões da Rua dos Palácios, estavam alvoroçados, Barrett que era porteiro de um deles, não observou nada de estranho, mas, algo estava acontecendo, porque a barulhada dos cachorros não era comum, principalmente àquela hora. Já ia fazer a sua ronda dentro da propriedade, quando ouve os gritos da D. Verdana da casa 11, a gritaria era nervosa e o tom de voz assustado. Barrett correu para chamar os seus patrões Jadel e Ondina, que rapidamente chamaram a Polícia. A delegacia demorou um pouco para chegar, cercaram a rua e tudo ficou confuso por ali, habitualmente tão calmo. A rapidez da ligação do casal, foi primordial, ladrões estavam tentando roubar a casa de D. Verdana. Ela vivia sozinha e andava sempre portando muitas jóias e, com certeza chamou atenção dos salafrários, só que foram cercados pelos policiais. Eles eram amadores e amarraram D. Verdana de forma displicente, o que proporcionou a fuga dela, pela janela pelo lado do jardim. Pegá-los foi fácil à beça, exceto por uns tirinhos,  sem mira alguma, realmente um episódio pra se esquecer, bem como, a chave da cela onde eles passariam algum tempo, antes de serem transferidos para um presídio.

 

 

IV - AMOR FAKE MATA

 

Iolandinha e Luiz Cláudio, tinham um filho adotivo Silvanio, moreno jambo, com olhos grandes e negros, que olhar marcante tinha aquele rapaz. Quando Augusta cruzou a vida deles, foi como um furacão perfumado de baunilha. Ela era o avesso da calmaria da vida deles, se envolver com o belo moreno Silvanio, foi muito rápido, do namoro ao casamento passaram-se apenas seis meses. Só que a destruição desse sonho de amor, foi ainda mais veloz, tendo nome e sobrenome, Belle Pinheiro, que seduziu Silvanio apenas por dinheiro, logo que secou a fonte, sumiu no mundo. Mesmo que a família de Silvanio tivesse bons advogados, não conseguiram reaver o prejuízo. Augusta jamais perdoou o marido, entrando numa depressão tão profunda, que em pouco tempo desistiu de viver, tirando a própria vida.

 

 

V - A FOTO NO ESPELHO

 

Moacir viu na tela do celular  de um amigo do escritório, seu corpo completamente nú, em frente ao espelho. Numa noite vazia e tediosa, ele tirou uma foto de si mesmo nú, salvou nem sabia o porquê. Mas, como a foto fora parar no celular do amigo, nem podia imaginar. Descobrir que a foto tinha a legenda de venda...isso mesmo...ele estava sendo vendido por R$ 1.000.00 ou o melhor lance até o final do dia. A princípio Moacir tremeu na base, depois caiu na gargalhada com o amigo e demais colegas de trabalho. Mas, a postagem prometia que a entrega seria antes de uma hora da manhã, isso assustou. Sendo uma pessoa antenada, junto com o seu amigo Solano, foi para uma delegacia de crimes de internet, que depois de muito riso, começaram a dar lances, com a intenção de conquistar o direito de tê-lo como foi divulgado. Cercaram a casa de Moacir, pois se o caso fosse verdade, alguém iria sequestrá-lo para poder fazer a entrega prometida. A captura dos criminosos foi a ponta do iceberg, de uma gangue cruel, pois as pessoas entregues eram seviciadas e sofriam horrores, até serem descartadas pelas estradas do interior. Moacir escapou de boa e jurou, que não queria mais saber de celular. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 18/05/2023
Reeditado em 19/05/2023
Código do texto: T7791636
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