COLETÂNEA DE MICROCONTOS (policiais)
I - PERDEU MALANDRO
Luiz Cláudio perdeu, perdeu até o que não tinha, o seu celular não tinha valor para o meliante, trocou a vida, por um aparelho ficando fora de linha. Mais tarde, o localizador mostrou o seu destino final e raso, cheio de terra e vermes.
II - MÃOS AO ALTO
Ladrão ladrão!
Mãos ao alto! O policial Francisco Góis bradou, Antonio Souza não atendeu e metendo sebo nas canelas, no meio de uma feira livre se entranhou. Só que solo de feira, tal como casca de banana escorrega e, como um doce em pasta, ele se esparramou pelo chão. Francisco prendeu-lhe com as algemas, o fruto do roubo molhava as suas calças, dois ovos.
III - A VELHA CRIMINOSA
Sabrina em outros tempos, praticava pequenos roubos em lojas. Coisas de pequena monta, como batons, perfumes, sandálias etc...só mesmo por diversão e tédio, já na idade avançada, por necessidade e, por não ter construído nada na vida, aliou-se aos criminosos de carreira, da era digital. Idosa, mas, bem apanhada, dava golpes do tipo 'Boa noite Cinderela' , nos idosos solitários. Sua lábia, decote instigante e sorriso cativante, zeraram as contas de muitos deles. Presa em flagrante pelo Delegado Olavo, antes de ser transferida para o presídio, teve um mês de vida de rainha na cadeia, como amante do delegado.
IV - FASES DA LUA
Luna era solar quando nova, crescente e ágil na juventude, cheia de sonhos no amadurecer, crescente no auge da vida. Perdida nas farras e, sem lastro, nas entorpecências das baladas, amou, cegou e, a escolha errada de parceiro, lhe fez 'mula'. Hoje minguante, se arrepende em meio à récua em sua cela.
V- BALA PERDIDA
Verdana, vítima de um assalto à uma joalheria, levou um tiro. A bala saiu do cano da pistola do assaltante, sem direção, o alvo era o espaço, entre os ladrões e a rota de fuga, mas, perdeu-se no trajeto, tornando a moça, mais um dado frio e gráfico, numa estatística.
** Obs;
Meter sebo nas canelas - gíria para correr
Récua - coletivo de mula, cavalgadura...
Bem apanhada - vistosa, corpo bonito...