A SOMBRA DA INCERTEZA
NA SOMBRA DA INCERTEZA
Maria de Fátima Barros Lemos Mota, era uma mulher solitária, pois, há sete anos morava no Condomínio Santa Rita, um prédio de nove pavimentos, que ficava bem no centro da cidade, próximo do liceu Paraibano, Igreja Batista, Parque Sólon de Lucena, e ninguém conhecia a mulher, apenas o sindico, os porteiros e serviço de entrega que quando indagados por moradores, ouviam um sonoro elogio: “Elegante e distinta.”.
Nas noites de segunda-feira, Maria de Fátima, tinha o habito de olhar álbuns de fotografias, era uma maneira de recordar dos momentos possivelmente felizes da sua vida. Sentou-se, começou a folhear um de seus álbuns que dizia na página aberta:
“Se a felicidade existe
eu não sei porque existo.”
Ela leu a frase que havia escrito em 1989; no entanto, ela por encontrar-se isolada, tinha a frase como mandamento, uma regra de fé, e as fotos daquele álbum em fotos branco e preto não não tinha, de certo, nenhum valor para ela porque o tempo não cicatrizava suas feridas.
Mesmo presa naquele apartamento, ela nunca sentia-se completamente sozinha, pois, seus gatos era uma companhia e suas incertezas, duvidas.
Folhando a primeira página do álbum, a foto do ex-marido, Walter Mota, ele havia sido um militar do exercito e com ele tiveram quatro filhos: Rafael, Miguel, Gabriel e Salatiel. Todos frutos de uma relação de amor e ódio, uma paixão que ela mesmo havia destruído pelas incertezas, mentiras que havia criado para defender-se dos medos, angústias que sempre perseguiam-na e a maltratava por ela permitir os acontecimentos.
Ela teve uma infância maravilhosa, rebelde, nunca deu-se com o pai, a mãe não sentia carinho por ela, amava-a, pois, o próprio temperamento difícil dela fazia com que as pessoas se afastasse de seu convívio social.
O seu ex-marido, tinha seus problemas, conflitos existenciais incompreendidos desde sua infância, justo ou injusto, fez seu tempo até morrer.
Ele havia casado por amor e um interesse no patrimônio dos sogros. Mas, ele tentou fazer muito pela esposa antes de falecer.
Passou a página, foto dos quatro filhos, que ela chamavam de “ Os Mosqueteiros”, uma maneira de se defender dos outros criando inverdades como se fosse verdades para depois se esconder por detrás dos filhos perturbados, capazes de matar, roubar e destruir....
Ela gargalhou diabolicamente antes de pular do sétimo andar.
Maggie Padilha, sua nova amiga virtual, relatou em seu diário, entregando para a polícia civil.