Metamorfose - Do Crime ao Heroísmo - Capítulo X

10 O terceiro trimestre no presídio

A polícia conseguiu recapturar dois e entregou para apresentação ao diretor do presídio. Em frente com diretor, os dois ouviram a punição de perda do regime semi-aberto e ficariam no isolamento de quinze dias na solitária. Os fugitivos depois de advertidos foram para a pena.

Os vizinhos de cela, não se sabiam o que estava acontecendo quando viram policiais e agentes penitenciários vasculhando a cela dos recapturados. Achavam que era outra fuga, mas também tinha aqueles que estavam certos, diziam que era vistoria.

Na manhã seguinte, o diretor mandou chamar Maicom, Gato e Galego, queria dizer os resultados do trabalho. No qual estavam todos de parabéns, sendo assim, ganharia, somado ao bom comportamento, redução de um mês no semi-aberto.

Os três saíram contentes da sala do diretor. Um mês preso para eles era como um ano. E já havia passado mais de seis meses, o que fazia com que tivessem uma enorme carga de estresse, que era descarregada na academia.

– Que legal mano, mais cinco meses e vamos para a liberdade. - Gato carregava boas energias

– É mesmo, já está na hora de acionarmos nossos advogados. - Maicom verificava a cama

– Vamos fazer isso logo. - Galego olhava curioso para Maicom

A luz da cela se apagou, a iluminação presente agora era a do corredor. Maicom não estava rezando habitualmente, mas esta noite rezaria quase que um terço, isso para que desse tudo certo com o advogado.

– Bora, o dia já amanheceu. - Maicom brincava com os dois colegas

– Só mais um cochilo, Brother. - Galego piscava os olhos

Enquanto os três se levantavam, um agente trouxe uma carta para Maicom. Ele a pegou, abrindo. Era uma carta da esposa. Onde dizia que Fábio tinha entrado na faculdade, iria cursar direito. A vocação veio de ver o pai precisar. Ele o vendo dependente dos serviços advocatícios, decidiu se preparar para o exame de ingresso e cursar direito, mesmo que passasse cinco anos estudando.

Maicom depois de ler, apertou a carta fortemente contra o peito. Uma lagrima chegou a escorrer pelo seu rosto. Era seus sentimentos transbordando, suas recordações ficando cada vez mais vivas. Encontrava nesses momentos energia para enfrentar os problemas que vinham.

– Oi pode vim até aqui. - Maicom chamava um agente

O agente se aproximou, olhou para os três em pé na cela.

– O que querem? – O agente puxava o cassetete

– Queremos falar com o diretor. - Os três fitavam firmes o agente no que queriam

– Esperem um minuto, vou ver se ele pode atendê-los.

O agente saiu voltando minutos depois com mais dois agentes.

– Nos sigam! Ele vai os atender. - Falou o agente responsável

Em frente a porta, o agente bateu.

– Quem é? – Ouvia-se do outro lado da porta a voz do diretor

– Trouxe os três internos que queria falar com o senhor.

– Podem entrar! - A porta estava aberta por isso nem precisou o diretor se levantar para atendê-los

Arrastando as cadeiras, os agentes pediram para os três sentarem.

– O que querem? - Indagou o diretor

– Queremos ligar para nossos advogados. - Maicom fitava o diretor

– Claro, quem vai ligar primeiro?

– Eu. - Respondeu cordialmente Maicom

O diretor pegou o telefone, a agenda no numero do advogado de Maicom e colocou do lado dos três. Vendo o telefone e a agenda aberta em sua frente, Maicom começou a teclar o número do advogado. Segundos passados o telefone tocou.

– Alô, quem fala? - O advogado José parecia que não receberia nenhum telefonema neste dia

– Sou eu, o Maicom.

– Claro Maicom! Já até imagino o que queira falar comigo. É sobre o regime semi-aberto, não é? - O advogado passava otimismo na fala

– É isso mesmo doutor. Quando vai ver os benefícios e dar entrada?

– Amanhã é quarta-feira, então vou dar entrada amanhã mesmo.

– Muito obrigado doutor, até breve. - Falou Maicom

– Até breve, Maicom. - Disse o advogado

Alegre pela notícia, Maicom ficou mais alegre ainda quando soube que os dois colegas também teriam a entrada no pedido de regime semi-aberto no dia seguinte. O diretor e os agentes observavam a alegria do trio. Terminado foi pedido que os levasse de volta a cela.

Passaram um tempo na cela, logo após foram para a academia. Lá levantaram pesos, fizeram flexões, tentaram quebrar os próprios recordes individuais. Tudo parecia seguir o caminho da harmonia e da paz. Até que surgiu o boato. “os três que conseguiram fugir parece que eram de uma facção, mas queriam uma nova vida”. Ao saberem, os três: Maicom, Galego e Gato, se assustaram, era algo serio, não se sabia como conseguiriam, no entanto sabiam que se contassem ao diretor, isso poderia custa a vida deles.

Então deixaram o assunto morrer, voltaram apenas para a emoção de saber que faltava pouco menos de cinco meses para verem o sol novamente. Isso os fazia não saírem da linha, e conhecer mais no crime.

José Nilton R da S Palma
Enviado por José Nilton R da S Palma em 30/12/2021
Código do texto: T7418456
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