Metamorfose - Do Crime ao Heroísmo - Capitulo IX

9 O Segundo trimestre no presídio

Depois de três meses, Gato e Galego, estavam certificados como detetives particulares. E entregaram seus certificados para que Maicom pedisse a família dele para guardar. Maicom fez como pediram, ficando os documentos sobre a guarda de sua família.

Na academia do presídio enquanto malhavam, Maicom maneirou os exercícios.

– Preciso falar algo a vocês... - Maicom parava os exercícios

– O que mano? – Parando, Gato dava atenção a Maicom

– Eu estava em um caso antes de vim para aqui. - Disse Maicom com um semblante de mistério

– Que caso? - Queria saber Galego

– O desaparecimento de uma criança. – A cara de Maicom aparentava preocupação

– E solucionou, mano? - Gato largava os pesos

– Não deu tempo, tive que me apresentar para cumprir a sentença.

– E o que pensa em fazer? - Galego também largava os pesos

– Retornar ao caso assim que for libertado. Peço que vocês dois me ajude.

– Com certeza, mano. - Erguido Gato concordava

– Pode contar comigo. – Já sentado Galego se oferecia

Os companheiros continuaram malhando por mais meia hora, em seguida foram tomar banho. Tratava-se de um banheiro com dez chuveiros. Por isso os três tomaram banho ao mesmo tempo. A esposa de Maicom, dona Dulci, sempre trazia shampoo, sabonete e desodorante, além de uns mastigáveis.

Eles conheciam no presídio, a turma do fumo e da bíblia. Maicom interagia com as duas, mas evitava fumar. Quanto a turma da bíblia, sempre ia nas orações, pregações e revelações divinas. Apesar de católico, não abria mão de estar na presença do divino. Para ele era muito, e não punha sua condição de católico em frente as questões catolicismo, protestantismo. Sempre concordava com os evangélicos protestantes, apesar de algumas vezes em seu intimo discordar.

Na cela, Maicom abriu um pacote de bolacha recém-chegada e dividiu com Gato e Galego. Os três saborearam, logo após Gato foi até a porta da sala do agente responsável pelo pavilhão ver as horas. Quando olhou, viu que eram quatro e quinze. Faltavam duas horas para o café.

– Nunca pensou em fugir, mano Mai? – Da porta da cela Gato perguntava

– Nunca, irmão, meus planos são para cidadão regenerado. - Declarou com um arranhar na garganta, Maicom

– Eu e o Galego já pensamos, mas sua boa influência sempre varreu estes pensamentos. Temos que agradecer.

– Obrigado, brother Mai. - Cumprimentou Galego

– Não precisam agradecer, ninguém vive sozinho. - Pensamentos de que tudo ia dar certo passavam pela mente de Maicom

Quando se deram conta, os três viram que já era hora do café-janta no refeitório. Atendendo ao chamado, partiram chegando na mesa que agora era inseparável deles. No café-janta tinha pão, queijo, presunto, café com leite e sopa.

Os presidiários foram servidos e depois que terminaram, entregaram os talheres de plástico. Os responsáveis não podiam vacilar um único dia se quer, visto que no presídio havia vestígios de facções. E nunca se sabia o que poderia acontecer se vacilassem.

– Estamos no meio da nossa liberdade. Sabiam que estão com inscrições para quem quiser trabalhar no enclausuramento e ter por um dia trabalhado um dia de desconto na pena? - A cara de Maicom tinha um semblante de esperança. - eu já me inscrevi.

– Eu amanhã vou me inscrever. - Gato prestava atenção, e achava que era uma boa

– Também vou me inscrever amanhã. - Declarou Galego

A noite havia chegado e os três estavam dormindo. De repente Maicom ouviu um barulho e se assustou. Levantou-se e viu alguém do outro lado da cela.

– Mano, vamos tentar uma fuga amanhã. Tá conosco? - Disse a sombra em meio a escuridão

– Esquece, tô fora. - Respondeu Maicom

– Tudo bem, mas não alerte os “omi”. - A sombra sumiu em meio a escuridão

– Nem passou pela minha cabeça, não sou x-9. - Declarou Maicom ainda vendo ela vira a cabeça para trás

No dia seguinte, Maicom acordou preocupado, sentou-se na cama e esperou Gato e Galego acordarem. Quando eles acordaram, ele deu um suspiro.

– Sabe o que tem para hoje? – Sentado na cama, Maicom perguntava

– O que brother? - Perguntou Galego

– Uma fuga! – Abrindo bem os olhos, Maicom fitava os colegas

– Como assim, mano? – A aparência de Gato era de surpresa

– Ontem uma sobra veio me chamar para fugir, mas a despachei.

– Muito bom mano, não vamos nos meter em encrenca. – O desejo Gato era se regenerar, por isso tentava afastar todo pensamento de desvio

Terminado de se arrumarem, foram tomar café no refeitório. Era pão, queijo e café com leite. A expectativa de uma fuga mexia com os três, mas eles não estavam envolvidos, por isso encontravam-se tranquilos.

Maicom não tinha ideia de quem estava envolvido, suas turmas eram para regeneração. Para voltarem para sociedade como cidadãos honrados. Então deixou o barco navegar.

Chegado a noite, se ouviu a sirene, e a corrida acontecia. Os agentes ainda pegaram dois, os quais estavam perto do buraco, e não deu tempo de entrar. Eles foram levados imediatamente para a solitária, era o praxis do presídio nessas situações.

Informado do ocorrido, o diretor pediu para que vistoriassem todas as celas na procura de algo que entregasse os culpados, a participação de gente de fora do presídio. Não encontraram nada. Então tudo que podia fazer era chamar a polícia. Foi o que fez, e em minutos já estava prestando depoimento. Falando o que faziam enquanto alguns presos fugiam. Os policias se sentiram satisfeitos, começando as buscas pela região.

– Viu o que aconteceu mano? - Gato parecia apreensivo

– Sim, fugiram mesmo. – Disse, levantando o semblante da testa, Maicom

– Começaram as buscas, se forem rápidos ainda da para alcançá-los. - Informava Galego

De repente os três ouviram um agente chamar. Era para estarem no pátio imediatamente. Lá eles fariam a chamada para saber quais presos fugiram.

Vendo todos presos que não escaparam no pátio, o diretor pediu para que o agente responsável fizesse a chamada, descobrindo assim que haviam fugido cinco presos.

– Podem volta para celas, era só isso. - O diretor ficou bem sério

Todos voltaram para cela. E o diretor tratou de chamar um pedreiro para fechar o buraco. Este terminou o trabalho em poucas horas. Não era o trabalho muito difícil, por isto terminou rápido.

Maicom, Gato e Galego dormiam esperando que o dia amanhecesse logo. No meio da noite Maicom acordou e bebeu um pouco de água. Gato levantou também no meio da noite e foi fazer xixi. Assim a noite passou-se rapidamente.

De dia amanhecido, no refeitório, os agentes pediam a palavra e falava das consequências de se fugir, como a perda de benefícios. Isso tocou os três colegas que não se arrependia de não terem fugido.

Com a academia do presídio lotada, quase não dava para malhar. Muitos suspeitos de terem sido convidados para a fuga, ficaram muito estressados e malhar seria a melhor saída. Mas o diretor decidiu não investigar, para ele, “o que não se faz, não se pune”.

– Já que temos seis meses de pena. Falta só seis meses para pegarmos um benefício. - Disse Gato se levantando do equipamento de malhação, enquanto Maicom e Galego olhavam

– É faltam só seis meses. Depois vamos para o escritório de investigação. - Disse Maicom

– Então é só alegria. - Se manifestou Galego

José Nilton R da S Palma
Enviado por José Nilton R da S Palma em 20/12/2021
Código do texto: T7411567
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