Astrogildo Rubenstar - Revelações.

Passaram-se três meses após o massacre no escritório do detetive Rubenstar, a detetive Eva ainda estava preocupada e até triste com o ocorrido, pois havia nutrido uma grande amizade pelo detetive Rubenstar, decidiu voltar ao escritório dele e averiguar o local para ver se não achava mais nada que pudesse ajuda-la a identificar o assassino, ela tinha uma chave que o próprio detetive tinha dado à ela, entrou em seu carro e seguiu para lá.

Eva era uma mulher muito intuitiva, conseguia perceber tudo ao seu redor nos minimos detalhes, era muito observadora e detalhista, nada escapava ao seu olhar de águia. Quando chegou no Edifício, indentificou-se como sendo irmã de Astrogildo e o vigilante a deixou subir, ela estava com um sentimento estranho, nunca havia sentido isso antes.

Eva abriu a porta da sala do detetive, estava tudo arrumado como da última vez que esteve lá, ela mesma havia providenciado isso, entrou e fechou a porta, começou a observar o local, passou a mão por cima do balcão de marmóre e sentiu uma energia muito grande que emanava desse lugar.

- Detetive Eva Standard - Uma voz masculina exclamou.

- Não posso acreditar no que os meus olhos estão vendo. Detetive Astrogildo Rubenstar.

- Eu mesmo, Eva.

- Mas você está morto, foi assassinado Astrogildo, como pode está na minha frente nesse exato momento?

- Eu sei que estou morto, Eva, não sei como eu me lembro muito bem do dia que fui assassinado e sei muito bem quem o fez, eu estava conversando com a Senhorita Henriqueta Solaris quando a cabeça dela simplesmente explodiu na minha frente e o seu corpo sem vida caiu ao chão, eu fiquei em choque e nesse momento a campainha tocou, sai do transe e fui para atender a porta e quando atendi era o Senhor Carlos Murici que tirou uma pistola 9mm de dentro do seu blazer de corte italiano e disparou contra o meu peito e depois disso, não me lembro de mais nada.

- Carlos Murici? O assessor direto do Senador Karuã?

- Ele mesmo, detetive, ele foi o responsável pelo meu assassinato, temos que descobrir algo que o ligue a isso.

- O que eu não consigo entender é como você está aqui, na minha frente e eu consigo te ver e falar com você.

- Pelo que entendi, eu não consegui fazer a tal passagem, acho que pelo assunto pendente que ainda tenho por aqui e conto com sua ajuda para poder desvender esse mistério dos assassinatos.

- Pode ter certeza que farei o possível para por esse assassino na cadeia e assim você poderá descansar em paz.

Eva já tinha um relatório preparado com algumas provas que ligava Carlos Murici com um esquema de desvio de verbas, rachadinha, clonagem de cartão de créditos, extorsão, chantagem e outros crimes e estava pronta para entregar tudo isso a Polícia Federal.

- Eva, eu consegui o telefone do Senador Karuã, vou te dizer onde está e você vai entrar em contato com ele e marcar um encontro, mas seja discreta e tenha muito cuidado.

- Pode deixar, Astrogildo, vou pedir ajuda para Marlon e eu tenho certeza que ele não negará.

- Eu percebi também que estou preso aqui no meu escritório e não posso te acompanhar em lugar nenhum, melhor seria você marcar o encontro com o Senador aqui, ao menos posso tentar te proteger de alguma forma.

- Eu já tenho um plano, veja bem como farei: Vou ligar para o Marlon e pedir que me ajude, ele provavelmente virá pessoalmente com alguns seguranças dele, vou por escuta em todo o escritório, vou acionar um conhecido que tenho dentro da Polícia Federal, marcarei o encontro com o Senador Karuã aqui e farei com que os seguranças do Marlon fiquem escondidos em algum lugar e se algo der errado, eles entram em ação.

- Você está vendo essa parede de espelhos atrás de você?

- Estou.

- Chegue perto dela e aperte um pequeno botão que tem no chão e um armário irá se abrir, não é muito grande, mas acho que cabe ao menos dois seguranças ai dentro.

- Combinado, vou ligar para o Marlon e explicar tudinho para ele.

- Eva, gostaria que ficasse com meu escritório para você, ele é próprio, comprei com um dinheiro que recebi, os documentos estão dentro da minha escrivaninha e como não tenho esposa e nem filhos, quero que fique com ele.

- Não posso aceitar, meu amigo.

- Eu não estou te perguntando se você quer, Eva, estou te dando ele.

- Sendo assim, eu fico imensamente agradecida, estou pensando em sair da polícia e trabalhar por conta própria, mas isso é um assunto para depois, deixe-me ligar para o Marlon e em seguida, ligarei para o Senador.

Eva pegou o telefone e entrou em contato com o Senhor Férreo explicando toda a estória e seu plano, ele prontamente se dispôs a ajuda-la como ela havia previsto, em seguida, ligou para o Senador Karuã que a atendeu e para sua surpresa, aceitou encontra-lá no escritório de Astrogildo.

Agora era esperar o dia e a hora do encontro para ver o desfeicho dessa estória, enquanto isso, Astrogildo estava sentado em sua poltrona pensando em como se vingaria de seu assassino e como faria para prende-lo.

Continua...