Formado em História pelo Centro Universitário Projeção.
"Quem não conhece seu passado, está fadado a cometer os mesmos erros".
- No princípio - disse Nefertite, em voz ociosa -, não te amei, como bem sabes, não é?
Aquenáton afastou os lábios:
- Como podias não me amar?
Com as pesadas pálpebras fechadas, ela respondeu:
- O mundo adora o faraó. Amava-te como o resto da Terra, não menos, não mais.
- Confessas?
Nefertite ergueu o olhar.
Aquenáton imaginou ver desdobrarem-se mil pétalas na profundidade das belas pupilas misteriosas.
- Agora - disse ela - te amo com um amor em chamas, em água, ar e luz. Amo-te como amo os dois sóis, amo-te como amo Aton, que nos dá a vida de seus raios, a morte em seu fogo, a expandir a flor e a devorar a caravana que no meio do caminho poerde o rumo nas areias; a desaparecer à noite no ocidente e pela manhã vir irradir o mundo. Amo-te como "o sol da meia-noite" - redondo e pálido, a abrandar-se durante o tempo de seu ciclo - desaparece e retorna.
Do livro: Nefertiti - Amor, poder e traição no antigo Egito.